quinta-feira, 31 de julho de 2008

DESENVOLVIMENTO e SER MÉDIUM

DESENVOLVIMENTO

A mediunidade física é um dom inato, necessita de muito tempo e muita paciência para alcançar seu pleno desenvolvimento.
A correria e o alvoroço dos dias de hoje exigem sucessos instantâneos que não podem produzir grandes médiuns mentais ou físicos, principalmente que sejam capazes de pesquisarem lentamente, de procurar a verdade com paciência e finalmente alcançar a convicção de que a personalidade humana sobrevive após a morte corporal.
O estudo da raça humana dos tempos imemoriais é um objeto de lição para todos, todavia não observamos essas lições que temos aprendido, não vemos o presente no passado; e o que é o presente, senão o resultado dos acontecimentos passados, dos erros anteriores, das tolices consumadas? O que nos falta realmente é simplicidade e conhecimento da essência do espírito.
Quais são os sentimentos durante uma sessão? Ficamos completamente cientes do que é divulgado? Entramos mesmo em transe durante uma sessão? Geralmente ficamos muito lúcidos e podemos ouvir tudo o que é dito, tanto pelas pessoas que estão na sessão como as vozes do espírito em nossa mente.
O médium não começou ainda a realizar o que pretende ser verdadeiramente, no sentido real; ser preparado para se dar em amor e colocar-se a serviço de Deus; realizando isso, o poder que emana do espírito pode mudar não só a si mesmo, mas através dele, possivelmente o mundo todo.
Há muitas religiões diferentes, muitas até confusas, com conflitos de idéias e pensamentos; no entanto só há uma única verdade: verdade da vida eterna, que todos nós morrendo, vivemos. Os espíritos desejam ardentemente o bem estar da humanidade. Muitas pessoas pensam que um médium é como uma máquina; colocamos o dinheiro e automaticamente a máquina funciona. Não é assim. Seria perigoso e fútil para qualquer médium dirigir sessões durante todo o tempo, ao capricho desta ou daquela pessoa, no momento em que desejam.
Os guias espirituais protegem os médiuns, para que não se desgastem, pois pretendem conservar seu poder, com a finalidade de ser usado esses dons para fazer comunicações e fazer caridade, de alto valor para o mundo todo e na necessidade.
A mediunidade deve ser usada eficazmente para ajudar tantas pessoas quanto for possível, sem sobrecarregar as próprias forças e o sistema nervoso.
Devemos estar conscientes que, apesar de sermos médiuns, não devemos esperar por uma vida fácil, nem imaginar que temos o direito a privilégios especiais. Assim foi dito: “Não teremos tudo o quisermos, mas durante todo o tempo em que servimos com fé, seremos providos com tudo o que precisamos.”
Algumas vezes poderão ficar desapontados, deprimidos e sentir que não estão fazendo progresso suficiente. Não se pode precisar o tempo que levará o desenvolvimento espiritual de cada um. Com alguns ele demora anos, com outros aparece muito depressa, se perseverarem. Mas, tenham fé, sejam sinceros de espíritos e usem seus talentos para servirem à comunidade.
A ignorância e o egoísmo dos homens têm trazido grandes sofrimentos para a humanidade e as pessoas perguntam: Por que Deus permite essas coisas? Investiguem e procurem um elo através dos espíritos e lembrem-se da promessa de Jesus quando se reunirem: “Vede, Eu estou sempre com vós”. Sigam em frente, fortalecidos, e saibam que também vocês estarão servindo. Sejam Seus servos, Suas crianças e a Paz Eterna virão até vocês.
Cada ser humano possui uma substância conhecida como ectoplasma, que é a força vital. O corpo físico de um médium possui esta substância em quantidade muito maior do que a maioria das pessoas.
Durante uma sessão mediúnica, esse elemento ou força vital e que algumas pessoas chamam de poder, é retirado do médium e moldado pelos espíritos numa réplica do organismo físico vocal, que dizemos “caixa vocal”. O espírito comunicante concentra seus pensamentos nessa “caixa de voz”, fazendo criar uma freqüência ou vibração, devendo equiparar a freqüência vibratória conforme o aparelho possa receber. Utilizam os médiuns, como veículo de evolução espiritual, tornando-se guias, orientadores e amenizadores do ser humano.
Os espíritos que se comunicam com a matéria, vêm nos dar forças e poder, afim de tornar possível o caminho para várias entidades evoluírem ou outras comunicações de importância para a humanidade.
A personalidade humana sobrevive após a morte corporal, isso devemos admitir e estamos convictos. Percebemos a ruptura dos valores morais, o fracasso da autoridade, a estagnação das igrejas e o empobrecimento da vida familiar e de nossa juventude rebelde que, à procura de algo, é guiada a uma falsa percepção química de alguma outra coisa, que as drogas alucinógenas podem lhe dar momentaneamente , porém a um alto preço. Entre esses abandonados e iludidos jovens podem existir grandes médiuns em potencial, cujos talentos nunca se desenvolverão, pois há poucos espíritos que podem dar convicções mostrando-lhes o caminho da verdade.
A missão da mediunidade é tratar das almas, ajudando-as a se livrarem de suas velhas e estagnadas idéias, medo, ódio e preconceitos, que impedem seus progressos espirituais.
As pessoas precisam saber que um homem é o que ele pensa, e pelos seus pensamentos e ações cria seu próprio céu ou inferno no outro lado da vida.

SER MÉDIUM

Ser médium é ser intermediário entre a vida espiritual e a material. Cabe ao médium receber e transmitir mensagens ditadas pelo mestre, guia ou protetor. Toda e qualquer pessoa é potencialmente um médium, sendo diversas as modalidades, graus e faixas de evolução com que se apresenta a mediunidade de um indivíduo.
Não é finalidade deste artigo estudar uma a uma essas formas de mediunidade, mas de mostrar que, em todas elas, há requisitos, direitos e deveres a serem cumpridos por todas as pessoas, esteja ela com a mediunidade aberta ou não. Mediunidade “aberta” se aplica naquelas pessoas em que o fenômeno da mediunidade, ou seja, a recepção de mensagens espirituais já se manifestou de alguma forma.
A responsabilidade do médium é grande, não só porque dele dependem diversos irmãos materiais, como também porque nele é depositada a confiança do Supremo Criador.
O médium deve ser humilde, resignado, perseverante, caridoso e acima de tudo, justo para com todos os que o rodeiam e o procuram. O médium deve ter fé, esperança, compreensão e amor para distribuir a todos que, carentes de palavras de conforto, ouvem as mensagens do Astral. Somente dotado destas virtudes pode o médium receber transmissões de verdade, paz e harmonia para retransmiti-las a seus irmãos.
O desenvolvimento da mediunidade se processa a medida que o indivíduo vai fixando estes conceitos dentro de seu íntimo e, o que é mais importante, a medida que estes conceitos vão sendo praticados realmente, do fundo do coração, é que ele vai subindo na escala de desenvolvimento mediúnico. O tempo deste desenvolvimento está diretamente relacionado com a aceitação da Verdade Divina e a aplicação desta verdade no cotidiano do médium.
Existem certos entraves e barreiras na vida de um médium que, por vezes, em segundos apenas, pode ele perder anos de aperfeiçoamento espiritual. Entre eles podemos citar o ódio, o rancor, o ciúme, a inveja, o fanatismo e o materialismo abusivo. São obras dos espíritos sem luz que estão à espreita dos menos avisados e tomam posse do corpo astral do indivíduo, incutindo-lhes sensações e sentimentos mórbidos que na certa irá destruí-lo se não forem combatidos a tempo. Neste caso o médium torna-se um possesso das forças do mal, chegando até, o que muito freqüentemente ocorre, a influir materialmente na vida do médium, fazendo com que este transmita estes sentimentos impuros a todos os que o rodeiam. Torna-se então num antro de forças negativas e cai no abismo escuro e profundo das trevas.
Portanto tem, o médium, sempre duas portas à sua frente e depende dele abrir a porta certa. Não é como se diz “um tiro no escuro”, todo médium ao encontrar-se numa situação semelhante deve elevar seu pensamento à Deus e com forte e vigorosa prece implorar aos seus mentores que iluminem sua mente e o impila a seguir por caminhos retos.
O médium tem proteção espiritual, basta preservar esta proteção e sempre renová-la através de pensamentos positivos de paz, amor, verdade e justiça. O médium, para conseguir isto, não necessita ser um intelectual, nem um recluso da vida material. Basta que tenha uma vida normal, regular, mas sempre voltado para as coisas espirituais, que é a razão de sua existência, mas nunca com fanatismo, que é uma das portas do abismo. Deve ser controlado, estável diante de situações tanto alegres como tristes, felizes como desesperadoras, sem entretanto perder o sentimento de humanidade. Deve sempre ter em mente que Deus a tudo vê e a tudo fiscaliza. Deve semear a harmonia de partes conflitantes, não importando de que lado esteja. Deve perdoar a todos sem exceção, não interessando por quem ou por que foi ofendido. Deve ter paciência com os menos esclarecidos, afastando sentimentos de ódio, inveja, ciúmes e rancor.
Não deve ter ilusões nem iludir a quem quer que seja. Deve sim, mostrar a realidade dos fatos e aceitá-la como tal. Deve saber distinguir o certo do errado e saber dizer esta verdade sem ferir a ninguém. Deve seguir os mandamentos ditados pelo Mestre dos Mestres, não como uma obrigação, mas como uma coisa natural, real e verdadeira. Para isso deve imprimir no seu íntimo a essência e as razões de tais mandamentos. Deve principalmente:

“AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS E AO TEU PRÓXIMO COMO A TI MESMO”.

_ Os espíritos inferiores podem provocar brigas entre os casais, discórdias no lar e até doenças?

_ Magnólia, não há efeito sem causa. Quando um não quer, dois não brigam. O ser humano é um Espírito Encarnado que tem seu livre arbítrio. Ele pode rejeitar ou não as influencias funestas dos maus espíritos através dos seus próprios pensamentos. As discórdias, a violência, podem ser influenciadas pelos maus espíritos se nós o permitirmos. Quem vive semeando o Bem , procura através da prece, se livrar dessas influencias. Os bons espíritos estão sempre ao nosso lado, para nos orientar. A ação da prece, a vigilância dos pensamentos e atos é nosso antídoto contra o mal.

Pensei por alguns minutos. O professor me olhou por alguns instantes. Depois, virou-se para mim e perguntou:

_ Nesse momento, pense em algo muito bom. Num gesto bondoso que fez, na pessoa amada, enfim pense coisas boas.

Pensei na Natureza, no Amor, nas pessoas queridas. Naquele momento, Professor Gabriel impôs as mãos sobre mim:

_ Olhe à sua volta! Agora, concentre-se. Continue com os bons pensamentos. Imagine quadros mentais positivos. - ele pediu com firmeza.

Olhei à minha volta e vi uma luz azulada que me deu profundo bem estar. Não era uma luz tão brilhante quanto a do Professor Gabriel, mas era uma luz reconfortante. Uma luz que me rodeava e se expandia. Perguntei curiosa:

_ Que luz é essa, Professor?

_ Sua aura, Magnólia. Quando seus pensamentos estão em harmonia, sua aura se expande e é um escudo protetor contra o Mal.

_ Professor, e se eu estivesse pensando no Mal?- indaguei.

_ Relembre algum desafeto ou passagem ruim em sua vida. Vasculhe algum reduto de raiva em seu coração. - Fiquei com vergonha do professor. Será que estava lendo minha aura e meus pensamentos? Eu era uma bruxa! As bruxas do Bem não podem sentir raiva.

Professor Gabriel sorriu para mim como se captasse meu pensamento. Nesse instante, comecei a relembrar algumas passagens muito tristes em minha vida. Sentimentos ruins brotaram do meu pensamento. Comecei a sentir tonturas e mal estar. A luz azulada desapareceu e vi uma nuvem marrom ao meu redor:

_ Professor, o que é isso? Estou me sentindo mal!

_ Obra dos seus pensamentos e sentimentos negativos. Se continuar pensando dessa maneira, terá um séqüito de espíritos atrelados a você, incitando-a ao Mal , à tristeza e ao pessimismo. Compreendeu agora?- perguntou com ar paternal.

Ele impôs as mãos novamente sobre mim e fez uma prece. A sensação ruim passou como um milagre. Inspirei fortemente:

_ Professor, é tão fácil assim? É só pensar coisas boas e ficaremos livres dos encostos? E se fizermos uma oração para nosso anjo da guarda, poderemos nos sentir aliviados? Jesus nos protegerá do Mal se orarmos? - perguntei aflita.

_ O pensamento é o caminho para boas atitudes. São as atitudes que vão direcionar as suas companhias espirituais. Suas atitudes. Atos. Comportamento. Conduta no bem. Compreendeu? É um exercício diário e perseverante. A oração é o canal que leva nossos pedidos aos Mensageiros do Bem. A oração sincera é também um antídoto contra o mal. No entanto, nem sempre quem reza "Senhor, Senhor!" consegue seus objetivos de proteção. Deus sabe tudo. A prece tem que ser sincera, humilde para atingir os bons Espíritos. É a Lei do merecimento. Colhemos sempre o que plantamos, Magnólia.

_ Encosto existe?- tornei a perguntar.

_ Sim, existe a influência perniciosa dos Espíritos inferiores. No entanto, o Mal não é perene. Eles também caminharão para o arrependimento através das encarnações sucessivas, do perdão e da dor. Magnólia, você pode escolher seu caminho: o amor ou a dor. O caminho do Amor é mais suave, mas a dor , às vezes vem. No entanto, se estiveres no caminho do Bem, estará sempre bem acompanhada.

_ Professor, o que eu digo para os internautas?

_ "Orai e vigiai!" sempre. Cultivar a tolerância, a bondade e o otimismo. Assim, somente atrairemos boas energias. Na relação com os outros, temos que aprender o valor da paciência , da humildade. Humildade e tolerância dentro do lar. Amor sempre e sempre. O amor cobre nossa multidão de pecados, Magnólia.

_ A influencia perniciosa de um Espírito mau pode adoecer nosso corpo?

_ Sim, qualquer energia malsã pode prejudicar o nosso organismo, a mente e nossa saúde emocional. Deus colocou no Universo os Espíritos Superiores para ajudar o homem na sua caminhada na Terra. Deus colocou na Terra, a Medicina do Corpo e da Alma, para ajudar o homem em sua saúde. Estamos rodeados de energias positivas que sempre estarão ao nosso lado. Confie no auxílio espiritual, Magnólia, para dar força a ele.

Pressenti que estava na hora do Professor Gabriel partir. Ele sorriu para mim e desapareceu no ar. A floresta adquiriu uma energia diferente. Um pássaro começou a cantar no alto de um galho da árvore. Senti uma inefável emoção. Estava feliz!

Você sabe o que é Encosto?

Bocejos, sensação de desconforto, dor de cabeça , dor nas costas, peso nos ombros, nem sempre têm causa física ou orgânica. Se você costuma sentir estes sintomas, fique alerta! Pode ser um encosto! Encosto é uma palavra utilizada pelo senso comum para definir energias intrusas, aproximação de espíritos obsessores ou vampirizadores. Somos rodeados por energias espirituais e espíritos de ordens diversas. Eles se aproximam de nós por motivos cármicos( outras vidas) e, principalmente, pela lei dos semelhantes. Semelhante atrai semelhante. Um prato limpo não atrai moscas!

Este assunto sempre me despertou curiosidade. Os encostos têm má fama. Podem separar casais, estimular brigas no lar e discórdias.

Pensei no professor Gabriel, nosso amigo espiritual. Ele, um mestre espiritual, seria ideal para elucidar algumas dúvidas à luz da Doutrina Espírita.

Preparei-me para a viagem astral. Não foi fácil. Entrar em contato com energias do Bem depende dos nossos pensamentos e atitudes. Os bons espíritos estão sempre em contato conosco. No entanto, nós os afastamos com os maus pensamentos, o egoísmo e o mau comportamento.

Busquei o refúgio da minha floresta, o contato com o verde e o refúgio na prece. A folhagem de aroma agradável, a terra molhada pelo contato da chuva. Depois da prece, uma brisa suave. Uma luz branca se aproximou de mim e defini um vulto de luz branca. A presença agradável, uma figura masculina de rosto simpático. Alto, de sorriso afável. Um agradável bem estar tomou conta do meu ser. Os pássaros silenciaram. Ele sentou-se ao meu lado no banco de madeira. Palavras desnecessárias, o contato era telepático.

_ Bom dia, Magnólia! Estou a seu dispor!- seu sorriso era muito bonito.

_ Professor Gabriel, gostaria que respondesse algumas perguntas. Estou muito curiosa! Pode nos ajudar? Os espíritos vêem tudo o que fazemos?- perguntei ansiosa.

_ Podem vê-la , pois estais incessantemente rodeados por eles. Mas cada um só vê aquelas coisas a que dirige a sua atenção, porque eles não se ocupam das que não lhes interessam.

_ Os espíritos podem conhecer os nossos pensamentos mais secretos?

_ Conhecem, muitas vezes, aquilo que desejaríeis ocultar a vós mesmos, nem atos, nem pensamentos podem ser dissimulados por eles.- respondeu o doutor Gabriel.

Dei um longo suspiro. Estava ficando com medo. Pensei: "Não temos privacidade em nossos pensamentos? Qualquer espírito pode bisbilhotar nossa mente?" - O professor sorriu e afirmou:

_ Depende das influencias que você mesmo atrai.

_ Assim sendo, professor, pareceria mais fácil ocultar-se uma coisa a uma pessoa viva, pois não o podemos fazer a essa mesma pessoa depois de morta?- perguntei assustada.

_ Certamente, pois quando vos julgais bem escondidos, tendes muitas vezes ao vosso lado uma multidão de Espíritos que vos vêem.

_ Professor, que pensam de nós os Espíritos que estão ao nosso redor e nos observam?- perguntei.

_ Magnólia, isso depende. Os Espíritos levianos riem das pequenas traquinices que vos fazem, e zombam das vossas impaciências. Os Espíritos sérios lamentam as vossas trapalhadas e tratam de vos ajudar.

_ Professor Gabriel, os Espíritos influem sobre os nossos pensamentos e nossas ações?

_ Nesse sentido a sua influência é maior do que supondes, porque muito freqüentemente são eles que vos dirigem.

Fiquei perplexa!

_ Temos , então, pensamentos próprios e outros que nos são sugeridos?

Professor Gabriel ficou em pé e observou o céu, a relva e as folhagens. Alguns segundos depois ele me disse:

_ Vossa Alma é um Espírito que pensa; não ignorais que muitos pensamentos vos ocorrem, a um só tempo, sobre o mesmo assunto, e freqüentemente bastante contraditórios. Pois bem: nesse conjunto há sempre os vossos e os nossos, e é isso o que vos deixa na incerteza, porque tendes em vós duas idéias que se combatem.

_ Professor Gabriel, como distinguir nossos próprios pensamentos dos que nos são sugeridos?

_ Quando um pensamento vos é sugerido, é como uma voz que vos fala. Os pensamentos próprios são, em geral, os que vos ocorrem nos primeiro impulso.

De resto não há grande interesse para vós nessa distinção e é freqüentemente útil não o saberdes: o homem age mais livremente; se decidir pelo bem, o fará de melhor vontade; se tomar o mau caminho, sua responsabilidade será maior.

_ Professor, como distinguir se um pensamento sugerido vem de um bom ou de um mau Espírito?- perguntei ansiosa.

_ Estudai a coisa: os bons Espíritos não aconselham senão o Bem; cabe a vós distinguir.

_ Com que fim os Espíritos imperfeitos nos induzem ao Mal?

_ Para vos sofrer como eles, Magnólia.-

_ Isso lhes diminui os sofrimentos?

_ Não, mas eles o fazem por inveja dos seres mais felizes.

_ Professor Gabriel, porque permite Deus que os Espíritos nos incitem ao mal?

_ Os espíritos imperfeitos são os instrumentos destinados a experimentar a fé e a Constancia dos homens no bem. Tu, sendo espírito, dever progredir na ciência do infinito, e é por isso que passas pelas provas do mal, para chegar ao bem. Nossa missão é a de colocar-te no bom caminho, e quando más influências agem sobre ti, és tu que as chamas, pelo desejo do mal, porque os Espíritos inferiores vêm em teu auxílio no mal, quando tens a vontade de o cometer; eles não podem ajudar-te no mal, senão quando tu desejas o mal. Se és inclinado ao assassínio, pois bem, trarás uma nuvem de Espíritos que entreterão esse pensamento em ti; mas também terás outro que tratarão de influenciar-te para o bem, o que faz que se reequilibre a balança e te deixe senhor de ti._ Professor Gabriel olhou para mim com ar grave, mas bondoso. Refleti por alguns instantes e tornei a perguntar:

_ Professor , os espíritos que procuram induzir-nos ao mal, e que assim põem à prova a nossa firmeza no bem, receberam a missão de o fazer, e se é uma missão que eles cumprem, terão responsabilidade nisso?

_ Nenhum Espírito recebe a missão de fazer o mal; quando ele o faz, é pela sua própria vontade, e conseqüentemente terá de sofrer as conseqüências. Deus pode deixá-lo fazer para vos provar, mas jamais o ordena e cabe a vós repeli-lo.

_ Quando experimentamos um sentimento de angústia, de ansiedade indefinível ou de satisfação interior sem causa conhecida, isso decorre de uma disposição definida?

_ É quase sempre um efeito das comunicações que, sem o saber, tivestes com os Espíritos, ou das relações que tivestes com eles durante o sono.

_ Professor, e os Encostos? Muitas pessoas se queixam de mal estar, insônia, dor nas costas, enfim uma série de sintomas que não passam com remédios ou tratamento. Algumas brigas, discórdias no lar são atribuídas aos maus espíritos, espíritos encostos.

Professor Gabriel sorriu com bom humor:

_ Espíritos Encostos! Termo não muito apropriado. Os Bons espíritos têm muitas tarefas a fazer e não ocupam seu tempo encostando nas pessoas. Não provocam mal estar. Os maus espíritos, os zombeteiros, podem provocar sintomas diversos por causa dos seus fluidos pesados. a presença de maus espíritos traz sempre mal estar por causa dos fluidos. Eles não ficam encostados nos homens. A vida é muito dinâmica, Magnólia. Tudo muda e evolui. Não há retrocesso. Quando atraímos espíritos inferiores, não somos vítimas, mas agentes do livre arbítrio. Se atraímos um espírito vingativo e nada fizemos nesta vida atual, o fizemos na pregressa. Nada é por acaso. No entanto, Deus sempre nos auxilia a corrigir nossas imperfeições para trilharmos um caminho mais feliz e tranqüilo.

Mediunidade

Qualquer pessoa que sente a influencia dos espíritos é médium. A mediunidade é um dom inerente ao ser humano. Possui inúmeros graus, desde leve sensibilidade à mediunidade ostensiva e bem caracterizada.

A mediunidade ostensiva não é privilégio e nem sempre beneficia pessoas boas, cultas ou inteligentes. Alguns médiuns não tem escolaridade e psicografam belas mensagens de cunho espiritual elevado. Como explicar isso? O fenômeno mediúnico envolve o médium e um espírito desencarnado.

É uma tarefa para a evolução do médium e resgate de erros de vidas pregressas. Ser médium não significa necessariamente que a pessoa seja espírita ou de alguma religião espiritualista.

Os médiuns estão em todas as religiões.

Há vários tipos de mediunidade:

  • Mediunidade de efeitos físicos:

Provocam efeitos tangíveis como ruídos, barulhos, sons ou deslocamento de móveis ou coisas. Os espíritos utilizam o fluido vital do médium para provocar aparições tangíveis nas sessões de materializações. Os espíritos aparecem materializados enquanto o médium fica imobilizado em outra sala contígua. O compartimento tem que estar às escuras e o ambiente harmonizado com orações. Para evitar fraudes, o médium é sempre vigiado ou observado.

São fenômenos muito bonitos. Geralmente, são espíritos grosseiros que se expressam através de ruídos, pancadas ou passos. Algumas sessões de materializações são beneficiadas com a cura de pessoas doentes ou perturbadas. Os espíritos se materializam preparam remédios e tratamentos.

Há dois tipos de médiuns de efeitos físicos: os facultativos e os involuntários. Os facultativos sabem que tem o dom e os utilizam para o Bem. Os médiuns involuntários não sabem que tem o dom mediúnico e ficam assustados com os fenômenos provocados. Os médiuns de efeitos físicos são muito raros.

  • Médium sensitivo: são muito comuns.

Sentem uma presença ao seu lado, uma vaga intuição de que um espírito está presente. São muito impressionáveis. Podem ser intuitivos.

  • Médium vidente:

O médium vidente pode ver o espírito com a clareza e a precisão que vê uma pessoa encarnada. Alguns médiuns vêem com os olhos abertos e outros com os olhos fechados. Vêem com os olhos d´alma. Essa faculdade tem que ser analisada e observada. Não confundir com excessos da imaginação. O médium que tem mediunidade de vidência ostensiva vê com freqüência e seu dom é comprovado. Alguns casos são passageiros. Nesses casos, a pessoa , em certas fases da vida, vê vultos ou aparições em sua casa. Geralmente, são casos particulares.

  • Médium audiente:

Ele ouve os espíritos como se fosse uma voz interna ou voz propriamente dita.

  • Médium de pressentimentos:

São intuitivos e pressentem acontecimentos futuros. A previsão do futuro pode ser inerente ao próprio médium ou devido a informações de espíritos desencarnados.

  • Médium de psicografia:

Escrevem por intermédio dos espíritos que utilizam sua mão e seu cérebro para filtrar as idéias. Os mais raros são os médiuns mecânicos. Não tem idéia do que escrevem porque a escrita passa diretamente para o braço e não tem consciência do que estão escrevendo no papel. Os médiuns semi-mecânicos tem consciência daquilo que escrevem mas também sente algum frêmito ou formigamento nas mãos. Os mais comuns são os semi-mecânicos. As idéias passam em seu cérebro e nas mãos ao mesmo tempo. Chico Xavier foi um dos médiuns que mais se destacou através da mediunidade de psicografia mecânica. No entanto, tinha vários tipos de mediunidade como: psicofonia, efeitos físicos e receitista de medicamentos homeopáticos. Algumas pessoas relataram que sentiam aroma de rosas ou cheiro de éter quando estavam ao seu lado.

  • Médium falante:

Fala por intermédio dos espíritos que utilizam suas cordas vocais para transmitirem sua mensagem. Podem ou não ter consciência daquilo que falam. O espírito encosta no médium e transmite o seu recado. Alguns ficam quase totalmente inconscientes. Quando voltam do transe nada se lembram ou apenas têm uma impressão vaga.

  • Médium de cura:

São médiuns que curam pelo toque ou imposição das mãos. Podem também incorporar espíritos que já foram médicos em vidas passadas. O médium Arigó curava as pessoas através do espírito do médico alemão Doutor Fritz. Ele incorporava o espírito do médico alemão. Alguns médiuns de cura psicografam receitas de homeopatias e, às vezes remédios alopáticos.

Como saber se a Mediunidade é bem caracterizada e o médium precisa desenvolve-la? Quando ela é bem ostensiva. No início do desenvolvimento mediúnico, podem acontecer algumas perturbações passageiras como: ansiedade, nervosismo, insônia, incorporação de espíritos em qualquer lugar, tontura, enfim, uma série de sintomas. Com o estudo orientado e a freqüência à casa espírita, os sintomas desaparecem e a mediunidade desabrocha. O médium começa a trabalhar com seu protetor espiritual. O médium tem que estar sempre vigilante para atrair a companhia salutar dos Espíritos Superiores. Ler bastante, estudar e fazer o Bem.

Cultivar a Humildade. O dom da mediunidade só existe com a presença dos espíritos.

A mediunidade não é uma doença e nem causa transtorno ou qualquer tipo de sofrimento. Como qualquer dom precisa ser aprimorada e desenvolvida. Para trabalhar na casa espírita, o médium tem que estar saudável e em pleno vigor das suas faculdades mentais.

Médium doente ou enfraquecido tem que repousar para estar apto novamente ao trabalho mediúnico.

A sensibilidade psíquica pode ser aprimorada para uma vida mais feliz e útil.

Se você tem sensibilidade mediúnica e sente alguns transtornos que estão prejudicando sua vida pessoal e profissional procure a orientação num centro espírita.

Estamos rodeados de espíritos por todos os lados. Cabe a nós escolher nossas companhias espirituais. Só vamos atrair aquelas que estão de acordo com nossa sintonia mental e espiritual. Assim, como um ladrão somente atrai a companhia de outros ladrões.

E, nem sempre, a sensibilidade mediúnica de uma pessoa significa que deva desenvolver ou trabalhar mediunicamente numa sessão espírita. Pode ser um caso passageiro que deve ser analisado e tratado. Com o tratamento espiritual, os passes e a água fluida, muitos casos de obsessão são tratados e curados. O que é uma obsessão? É a influencia perniciosa de um espírito com a intenção de prejudicar a pessoa. Pode ser intencional ou não. A pessoa em questão começa a sentir uma série de perturbações nervosas e físicas. Compromete a pessoa como um todo e precisa de tratamento espiritual e emocional.

Boa leitura, repouso, passes e, se for o caso, tratamento psicológico, melhoram o estado emocional da pessoa e, aos poucos, os sintomas desaparecem.

Qualquer dúvida a respeito, procure se informar com uma pessoa especializada no assunto ou então vá a um centro espírita. Não tenha receio de perguntar e não deixe que o véu do preconceito obscureça sua sede de conhecimento. É através do conhecimento que filtramos aquilo que é útil ou não ao nosso progresso.

Boa sorte!

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Ao se combinar com esoterismo europeu a umbanda tomou o seu caráter particular, para começar, afastou-se da forma original do culto dos Orixás do êxtase das danças rituais, e aproximou-se da pratica da mediunidade exercida para fins de caridade, típica do espiritismo. Na tentativa de legitimar sua religião, fazendo com que ela deixasse de se um “caso de policia”, os umbandistas buscaram transformá-la assim uma religião de caráter universal, que, alem de africanos e ameríndios, também tivesse um espaço garantido para todos os povos da Europa, da Ásia e das Américas. Foi elaborado um sistema hierárquico extremamente complexo, que tem no seu topo sete santos (orixás sincretizados com algumas das figuras mais importantes do catolicismo no Brasil) que são chefes de linhas, e a cada um dos quais estão subordinadas legiões e falanges de espíritos protetores: santos, crianças, almas, caboclos, sábios, etc.

A umbanda por um lado, preservou a concepção Kardecista do Carma, da evolução espiritual e da comunicação com os espíritos e, por outro, mostrou-se “aberta” às formas populares de culto africano. Ao incorporar os elementos africanos foi necessário purificá-las, retirando tudo aquilo que era considerado muito bárbaro e por isso estigmatizado: o sacrifício de animais, as danças frenéticas, as bebidas alcoólicas, o fumo da pólvora. Quando se fazia necessário o uso desses elementos, explicava-os “cientificamente”, segundo o discurso racional do Kardecismo.

Segundo Renato Ortiz, a umbanda se desenvolveu paralelamente em diferentes estados sem que exista, pelo menos de maneira comprovada, uma relação de influências entre os diversos terreiros. Em meados dos anos 20, existe em Niterói a tenda de Zélio de Moraes, no Rio de Janeiro a de Benjamim Figueiredo, em Porto Alegre a de Otacílio Charão.
No final da década de 1930 e inicio da de 1940, já é possível observar a existência de um movimento umbandista portador de uma ideologia conscientemente estabelecida à qual os terreiros, com maior ou menor fidelidade, se identificavam.
O período do Estado Novo (1937 – 1945) foi contra o desenvolvimento e prática de cultos afro-brasileiros, mas por outro lado o enaltecimento da cultura popular e dos valores negros, patrocinados pelas elites intelectuais e artísticas abriram muitas brechas para a continuidade das práticas religiosas afro-brasileiras.
Segundo Ortiz, a umbanda desse período, ao minimizar as influencias africanas em suas praticas e sendo liderada por setores médios da população, organizou-se tendo como ponto de apoio essas idéias. Ao mesmo tempo que “embranquecia” os valores religiosos da macumba, considerados atrasados ou primitivos, “empretecia” os valores do Kardecismo, considerados europeus demais distantes de nossa realidade. Ao identificar-se como os cultos afro, os umbandistas propunham uma religião brasileira, nascida aqui. Essa religião refletia os anseios de reconhecimento dos segmentos marginalizados (negro, índios), prostitutas, estivadores – pobres em geral) e as possibilidades de acomodação desses anseios numa sociedade urbana e industrial, por divisões (de classe, trabalho, sexual, etc.), discriminações e desigualdades, e onde os valores da cultura dominante branca continuavam a ser os mais influentes.
Segundo Vargner Silva, a organização dos terreiros umbandista a partir de um quadro burocrático foi um dos primeiros sinais desses anseios de reconhecimento. A umbanda se inspirou nas associações civis (cartoriais) para estabelecer sua organização sócio-religiosa. O terreiro passou a funcionar segundo um estatuto que estabelecia os cargos, as funções dos membros, os horários de funcionamento e de atendimento ao publico, as formas de ingresso e os direitos e deveres de cada sócio.
A hierarquia religiosa seguiu a organização burocrática onde o líder espiritual (pai ou mãe-de-santo) é auxiliado por assessores (pai ou mãe-pequena, cambonos e Ogans, e pelo “corpo de médiuns”, os filhos de santo ou filhos de fé).
Com a criação da primeira federação de umbanda, união espírita da umbanda do Brasil, articulou-se o Primeiro Congresso do Espiritismo da Umbanda, ocorrido em 1941, no Rio de Janeiro, onde as principais diretrizes da religião foram traçadas, dentre elas, fornecer assistência jurídica aos seus filiados contra a perseguição policial.
As várias tendências doutrinárias provocam as primeiras dissidências do movimento umbandista. A partir de 1950 setores dessa religião provenientes dos extratos mais baixos da população, geralmente negros e mulatos, começaram a contestar o distanciamento da umbanda das praticas africanas. Á “umbanda branca” opôs-se a tendência da recuperação dos valores africanos presentes na religiosidade popular.
No segundo Congresso, ocorrido no Rio de Janeiro em 1961 ocorreu o crescimento da religião com representantes de dez estados brasileiro e com a presença de políticos municipais e estaduais.
No Terceiro Congresso de Umbanda, realizado em 1973, essa religião afirmou-se definitivamente como uma das que mais crescem em força expressiva no campo das atividades assistenciais.
Como resultado do processo de legitimação social, a umbanda aos poucos foi adquirindo permissão legal e apoio institucional dos órgãos governamentais para a realização de suas festas em espaços públicos.
No Rio de Janeiro, 31 de dezembro, por ser uma data na qual milhares de umbandistas vão às praias para levar presentes (perfumes, flores, colares) a Iemanjá, foi proclamando, em 1967, dia dos Umbandistas.
Segundo Eneida Gaspar, dois fatos se destacam como precursores da umbanda, um deles foi o costume dos escravos se reunirem após o horário de trabalho para dançarem e cantarem suas musicas tradicionais; essa prática, ao se difundir como forma de culto religioso em terreiros e áreas ermas ficou conhecida pelas autoridades pelo nome de “Macumba”, termo que passou a ter um sentindo pejorativo de magia negra e orgia. O medo das macumbas era forte entre os senhores e autoridade pois acreditavam que a religião africana praticava feitiços destinados a vingar os escravos e destruir seus opressores. Por isso, essa religião foi violentamente reprimida pela policia, começando a libertar-se somente a partir do final do século XIX quando, ao ser lentamente absorvida pelas classes médias urbanas, foi se afastando dos aspectos ameaçadores e adaptada à concepção de mundo do espiritismo racionalista (Kardecismo) recém-posto em moda na Europa. A partir dessa época é que a religião passou a adotar o nome de Umbanda, derivado de termo banto “nbanda”, que designava o sacerdote da religião.
Outro fator importante para a formação da umbanda foi criação, desde o século XVIII, de irmandades religiosas católicas destinadas a dar assistência aos escravos. O próprio clero católico estimulou a superposição entre os deuses africanos e os santos católicos, já que seria importante, para a aceitação da nova crença, que os africanos reconhecessem as semelhanças entre os dois grupos de divindades. Começando com Jesus Cirsto e seu oposto Satanás, com a Virgem Maria e os santos protetores das irmandades, foi-se formando aos pouco um panteon alternativo extraído do catolicismo popular e constituído, de inicio, pelas figuras que atendiam as necessidades mais urgentes dos escravos. Desta forma, São Jorge era o guerreiro necessário para apóia-los em suas lutas e São Lazaro intercedia pela doença, assim como São Pedro exercia sua justiça, e Cosme e Damião protegiam as crianças.
Logo a seguir, o depoimento da umbandista, a mãe-de-santo Maria Helena filha de Oxumaré, do centro espírita Cantinho do Boiadeiro:
A umbanda é uma religião muito boa, porque tudo aquilo que fala de Deus e os orixás é muito importante. As minhas vitórias foram adquirida através da umbanda.
A partir dos sete anos apresentava desmaios, tonteiras, dormências, ficava apática, tinha sintomas que os médicos não conseguia diagnosticar. Quando visitava um centro espírita passava mal. Com nove anos foi incorporada por um caboclo (Ubirajara) a partir de então tomei consciência que tinha o dom da mediunidade, percebi as vibrações dos orixás. A umbanda veio de raiz, herança das meus ancestrais (avós paternos).
O sincretismo está presente no universo religioso dos afro-brasileiro e em se tratando especificamente da umbanda é muito forte a influência africana, indígena e européia.
Se por um lado esta união foi boa para os escravos, por outro lado fez com que se perdesse a real essência do culto aos Orisás, tal como na sua origem “Raiz”, pois os negros africanos (Um pequeno grupo) misturando sua crença com a dos negros brasileiros e índios criaram. Passaram a cultuar "Eguns": “Espíritos de pessoas que viveram, morreram e que retornam por conta de sua dívida deixada em vida passada "Encont, esses mesmo encontram-se sempre em fase de evolução espiritual, diferente de Orisàs que são espíritos deificados e divinizados, e assim sendo não necessitam de evolução. Esses mesmos Eguns passaram a ser seus mentores espirituais, como conselheiros e amigos. Entretanto vamos analisar alguns aspectos.
O fato de um espírito ser mais evoluído que nós, necessariamente não significa que este mesmo quando vivo "Em sua outra vida que antecede esta", cultuava aos Orixás, ou ainda que era sabedor dos mistérios e segredos de Ifá.
Pode ter sido o espírito de algum escravo negro que não cultuava Orixá, ou Índio, e dependendo da época em que viveu, já cultuava a própria Umbanda. Assim sendo temos uma primeira explicação do porque na Umbanda não se faz santo, e sim Coroa ou : Ifarí ( palavra de origem Bantú).
Na própria tradição Nago-Yorubá, se diz “Uma alma não pode ocupar mais do que um corpo, entretanto todas as lembranças da vida passada serão esquecidas e apagadas ao ocupar outro corpo”, ainda temos outra , metáfora africana: “Ninguém pode dar aquilo que não recebeu”.
Analisando esses dois ensinamentos concluímos que: Para uma pessoa fazer qualquer coisa dentro do culto 'Orixá" para outrem, é necessário que antes esta mesma tenha recebido aquilo, por exemplo: Um Oborí (contração das palavras Obó Ori : adoração a cabeça e ou dar de comer a cabeça, o primeiro ato em uma Iniciação) o segundo ponto é, se a alma ocupa somente um corpo perdendo suas lembranças das vidas passadas está explicado o porque nós não nos recordamos do que e quem fomos anteriormente. Porém, acredito que já tenha acontecido isso com muitas pessoas. Quantas vezes você já esteve em um lugar, e imediatamente você olha e pensa: Engraçado eu nunca estive aqui mas este lugar não me é estranho, tenho certeza que já vi antes... Isso porque provávelmente por alguns instantes, a nossa mente se recorda de lapsos de momentos, por onde passamos em outra vida.
Dentro da tradição do culto aos Orixás só existem três maneiras de termos um contato com os mesmos, através dos Oráculos de Ifá“Orúnmílà – (Parte do criador, aquele que pode mudar o destino das pessoas), através da incorporação do mesmo ou através de Obí ( O primeiro oráculo a existir).
Esses oráculos têm o nome de “Opele Ifá” e são jogados por pessoas pré- determinadas para isso (Com caminho).
Existe todo um ritual de apresentação, e esta pessoa poderá ou não, ser aceita por Orúnmílà. Dentro da tradição o nome dado a esses sacerdotes de Ifá é de Babalawo (Pai do segredo), cargo ocupado somente por homens.
Mas Olorun em sua infinita misericórdia, diante do pedido de Oxum mais tarde autorizou que as mulheres pudessem ter alguma forma de ver o destino, o futuro das pessoas, e daí nasce o "Meredilogun Cauwri" (Os dezesseis búzios) sendo estes orientados pelo senhor que tudo sabe, e que é a mola da humanidade o porteiro da entrada do céu Ijelúe (título dado por Olorun à Exú).
Na tradição Yoruba, Exú é um dos primeiros e mais importantes Orixás, o que participou da criação, e nada têm haver com os nossos compadres e comadres de Umbanda: Tranca Rua, Mangueira, Veludo, Maria Padilha etc...
Nada se faz sem antes agradar Exú(Esu Orixá- Tradição Yoruba), este é o primeiro a receber todas as homenagens e honrarias e somente ele pode interceder em nosso destino.
Orunmilá não responde a quem não é apresentado a ele passando pelo ritual, “Orô" – ritual, e palavras de encantamento que são passadas de geração, para geração que são utilizadas antes do jogo. É como se fosse uma codificação, ao emitir essas palavras Orúnmílà, imediatamente identifica a pessoa e se dá inicio ao jogo”. Assim é na tradição yorubá e assim sempre será, isso é uma regra, e não há outra alternativa.
Não se têm contato com Orixá através de baralhos, tarô ou qualquer outra forma! Isso é uma maluquice que algumas pessoas andam dizendo por aí. De fato se vê alguma coisa nas cartas, mas não em relação a Orixá, as cartas seguem uma outra tradição que nada têm haver com Orixá, é a tradição Cigana, que cultua outros Deuses exemplo: Santa Sara de Kali.
Aqui estamos falando de Orixá!. Entretanto existe o primeiro Oráculo a ser criado no mundo , este sim de um poder ainda maior que os Búzios, é o “Obí – Semente de nós de cola, um dos componentes da Coca-Cola” que é uma semente sagrada. É o Obí quem dá a última palavra, quando uma pessoa é iniciada ou faz qualquer oferenda, costuma-se confirmar através do Obí, e está decidido!.
Para entenderem melhor, se um Baba joga os Cauwris (búzios), e naquele jogo por exemplo dá a regência de Yansan para aquela pessoa, a pessoa pode passar anos cultuando Yansan, comprar tudo para se iniciar para Yansan e tudo mais, porém se na hora de Raspar (Ritual de Iniciação do culto ao Orixá) o Obí dizer que é Ogun. Aquela pessoa será iniciada e consagrada à Ogun, e Yansan passa a ser um segundo santo o que chamam de carrego. Isso só se dá na hora de raspar e em nenhum outro momento.
Quem dá a palavra final é o Obí. Por este motivo, todo Babalorisa ou Iyalorisa ainda que não jogue Búzios, deve saber jogar o Obí, mesmo na Umbanda, pois é através dele que terá a resposta de que Orixá aquele filho será Coroado.
Este procedimento não pode ser feito por entidades "Guias de Umbanda", pois como vimos antes, este não têm contato com Orixá pelo fato de toda a preparação que um Babalorisa ou Iyalorisa passa.
Na Umbanda, acredita-se que os mentores espirituais podem opinar nessa questão, porém na casa do dirigente que for Iniciado, obviamente que este é quem irá fazer toda a consulta e ritualística.
Para os que seguem a tradição como ela é, consegue separar as orientações dos nossos queridos mentores de Umbanda
Trajes: As vestes do Ogan pode ser um Abadá, ou uma Bata comprida que vai até altura dos joelhos (não é obrigatória o mesmo usa se tiver), acompanha da sua Filá, um gorro branco que fica em sua cabeça.

Foto tirada da Confirmação de dois Novos Oga (Casa do Babalôrixá Meruntó Luis - RJ 2007).

Observe nea foto acima alguns aspectos mencionados: A cadeira que está ao centro é a do Babalôrixá. O Ogan geralmente se posiciona ao lado do dirigente obsrevando o culto, e até mesmo para quando necessário for fazer algum comentário com mesmo está próximo sem que os demais possam ouvir. Assim como a cadeira do Babalorisa é exclusiva, a do Ogan também outras pessoas não devem se sentar nas mesmas.

Ogans em um toque de Ijesa - Nigéria / África

posted by Gabriel D'Sango at 12:09 | in:
Permalink | email this post | Comments (0) | Add Comment
24/7/2007
Assim Começa a Umbanda
UMBANDA: Palavra de origem "Bantu" Significa: Reunir para pratica da cura, a palavra é a contração de palavras no dialeto Yoruba. Contração de palavras: Forma de abreviatura muito utilizada neste Idioma. Como podemos observar no texto anterior a chegada dos negros escravizados resultou na união dos mesmos com os índios igualmente escravizados. No resultado desta união se deu naturalmente uma mistura de culturas e crenças. A partir deste momento os Negros assim como os Escravos praticavam o culto aos seus deuses escondidos nas suas horas de descanso geralmente aos domingos. Como é fato que o branco impôs a sua crença aos negros e índio os mesmo encontraram uma maneira de cultuar seus Deuses sem serem castigados. Surge daí o CONGÁ: A Grande Cabeça, neste local foram colocadas imagens de santos da igreja Católica, mas na verdade todo o fundamento do seus Deuses encontrava-se abaixo do mesmo em uma cavidade coberta com enfeites, palhas e panos. Assim podiam manter um local fixo de adoração sem que os padres destruíssem o que eles adoravam. Com este fato surge o que se chama de SINCRETISMO, começaram a fazer uma relação das histórias dos santos católicos com as lendas dos Orixás África.
Surge por volta do ano de 1900. No Brasil começou a ser cultuada na cidade do Rio de Janeiro, mais precisamente em Niterói, o seu percussor foi o Caboclo Sete Encruzinhadas. (Vejam em seguida)
A umbanda como culto organizado segundo os padrões atualmente predominante, teve sua origem no inicio do século XX, no estado do Rio de Janeiro, em 1920, onde foi fundado o primeiro centro de umbanda, que teria nascido como dissidência de um Kardecismo que rejeitava a presença de guias negros e caboclos, consideradas pelos espíritas mais ortodoxos como espíritos inferiores. De Niterói, esse centro foi se instalar numa área central do Rio de Janeiro em 1938. logo seguiu-se a formação de muitos outros centros desse espiritismo de umbanda, os quais, em 1941, com o patrocínio da União Espírita Brasileira, promoveram no Rio o Primeiro Congresso de Umbanda, congresso ao qual compareceram umbandista de São Paulo. (Reginaldo Prandi)
“Os cultos afro-brasileiros, por serem religiões de transe, sacrifício animal e de culto aos espíritos (portanto, distanciados do modelo oficial de religiosidade dominante em nossa sociedade), tem sido associados a certos estereótipos como “magia negra” (por apresentarem geralmente uma ética que não se baseia na visão dualista do bem e do mal estabelecidas pelas religiões cristãs), supertições de gente ignorante, práticas diabólicas, etc. Alguns desse atributos foram inclusive, reforçados pelos primeiros estudiosos do assunto que, influenciados pelo pensamento evolucionista do século passado, viam as religiões de transe como formas “primitivas” ou “atrasadas” de cultos.”
(Vagner Silva)
Um recurso utilizado na investigação da história mais remota das religiões afro-brasileiras seria o uso das tradições orais e na ausência das historias orais, os estudos antropológicos pode dar algumas contribuições. Na passagem do século XIX para o século XX, temos o trabalho de Nina Rodrigues, que apesar do seu cunho preconceituoso, fez entrevistas a membros de terreiros que podem servir para reconstituir muitos aspectos da história das religiões afro brasileiras sob a escravidão.
No Rio de Janeiro, sob um prisma mais jornalístico, João do Rio, mais ou menos na mesma época do autor baiano, também conversou com pais e mães de santo e mestres malês que contribuíram com a pesquisa sobre a religiosidade do negro sobre a escravidão.
Arthur Ramos a partir da década de 1930, em o Negro brasileiro, substitui o conceito da raça – usado para desqualificar o negro e sua religiosidade – pelo de cultura – que vê as manifestações religiosas como processos históricos e sociais não subordinados às características biológicas de seus participantes.
O baiano etnólogo e folclorista Edison Carreiro, foi autor de importantes estudos sobre os cultos de origem africana, sobretudo de procedência banto, como Negros bantus (1937), candomblés da Bahia (1948) e Religiões Negras (1963).
As religiões afro-brasileiras também atraíram a atenção de pesquisadores estrangeiros como o antropólogo Roger Bastide que encantou-se com o universo mítico dos candomblés baianos, passou a estudá-lo e produziu uma das mais abrangentes análises sobre o assunto. Em sua importante obra As Religiões Africanas no Brasil, fez um mapeamento das informações relativas à era colonial/escravista. Utiliza a literatura histórica, antropológica, viajantes e cronista já publicados. Sobretudo em seu capitulo a respeito das “sobrevivências africanas”, ele discute o culto aos mortos, magia e cerimônias religiosas entre os escravos. Encontra pouco, mas lançou as bases de um estudo mais sistemático da formação inicial das religiões afro-brasileiras. (João José Reis)
OGAN
Ogan: Palavra de origem Bantu que significa: Chefe. Tanto na Umbanda, quanto no Candomblé, este cargo é muito respeitado, porém como este tópico é destinado a Umbanda, falaremos das suas atribuições na mesma. Dentro de um terreiro de Umbanda o Ogan é tal qual como o nome significa o chefe, aquele que vêm logo após a Mãe ou Pai no santo. Os Ogans não têm incorporação (estado de transe), e assim sendo em todas as vezes que a Mãe de santo ou o Pai de santo estiverem incorporados, os demais médiuns devem respeitá-los, tal como respeitam seu pai ou mãe no santo. O Ogan é os olhos da mãe de santo ou pai no santo, é a pessoa que observa e coordenar toda a parte ritualística do terreiro, para que tudo corra bem. Quando uma entidade é nova ou se faz presente pela primeira vez, é para o Ogan que ela se apresenta, e diz o seu nome, sua origem e risca o seu ponto, isso sempre na ausência da Mãe ou Pai no santo, quando os mesmos estão presentes , apenas chamam o Ogan para participe da conversa assim como da leitura do ponto. Na verdade o Ogan é como um fiscal. Além desta importante função o Ogan têm outra função, que é a de cantar e tocar os atabaques para que as entidade possam trabalhar, para tanto o mesmo é conhecedor de todas os Ponto “Cantigas”, e para que serve cada um deles. O Ogan também é responsável por ler o ponto riscado da entidade e saber se corresponde realmente ao que ela está propondo ser. Existem três Ogans normalmente em cada casa, porém o Ogan que têm todas essas atribuições chama-se Alabê (O Ogan de sala) que geralmente é o mais antigo, e é Ogan do santo da mãe ou do pai no santo da casa.
Ogan's wm República do Benin - Africa

Como é feita a escolha de um Ogan: Dentro da Umbanda, a escolha do Ogan pode ser feita pelo Dirigente (Pai ou Mãe de santo) ou ainda por um determinado Orixá de Umbanda. A partir deste momento ele passa por um período de aprendizado e logo após este período é Coroado. Entretanto caso o mesmo seja Ogan de atabaque, somente poderá prosseguir para coroação, uma vez que autorizado pelo Ogan mais antigo, que fará provas com o novato a fim de saber se o mesmo aprendeu os ensinamentos. Um bom Ogan consegue perceber quando determinada entidade está por vir, sé é realmente um espírito doutrinado ou não. Normalmente em um terreiro de Umbanda que haja doutrina e hierarquia, o Ogan pode até mesmo solicitar que determinada entidade vá embora por não se comportar dentro da doutrina ritualística. O que um Ogan fala, a mãe ou pai no santo assina em baixo, é a pessoa de mais alta confiança, se por ventura o Ogan tomar uma decisão ou dar uma ordem que o dirigente não goste, o mesmo chama o Ogan no quarto de santo, e junto com o pai e ou a mãe pequena os três conversam separadamente sem que os médiuns tomem conhecimento. Isto porque dentro da doutrina Umbandista, os mais graduados não se chamam a atenção na frente dos mais novos é uma questão de hierarquia e respeito.
Os atabaques de Umbanda na realidade são Barricas, que são repercutidas com as mãos, assim como no Candomblé os atabaques comem “Oferendas”, se oferece oferenda pelo fato de trata-se de um espírito também, por este motivo na Umbanda, todos batem cabeça para os atabaques, inclusive as entidades. Hoje em dia ainda existem casas em que os filhos tomam à benção ao Ogan mais velho em respeito ao seu Orixá (Coroado - Ifarí) e pelo fato de ser o segundo chefe da casa, faz parte da doutrina. Assim como devem tomar à benção a Babakekerê ou Iyákekere (Pai pequeno ou mãe pequena) e esses trocam à benção com o Ogan.
Quando os Orixás de Umbanda se apresentam, o Ogan mais antigo levanta-se e toca o ADJÁ (Instrumento que faz parte dos que emitem os sons vibratórios para os Orixás) cantando e acompanhando o santo, enquanto os demais tocam os atabaques. Dentro da Umbanda, somente o (a) Dirigente, a Mãe ou Pai pequeno e Pai Ogan, devem tocar o ADJÁ, por serem os mais graduados e porque o ADJÁ deve ser tocado por pessoas e nunca por outros espíritos. O ADJÁ emite um som que é tido como sagrado assim como os atabaques, e assim como os atabaques não são tocados por qualquer um. Para o Orixá este conjunto de sons somado ao ponto cantado emana uma vibração adequada para o transe e faz parte do ritual. Se na Umbanda com exceção dos Orixás de Umbanda, as demais entidades estão em permanente evolução, os mesmos não podem tocar o instrumento para o Orixá. Esta doutrina inclusive de tocar o ADJÁ é bem semelhante no Candomblé, sendo que na Nação apenas algumas outras pessoas podem tocar, e sempre quando é passado de um para o outro, quem está passando (Independente de cargo) deve se curvar, o que recebe após pegar instrumento se curva também.
Dentro da Umbanda existem apenas estes três Ogans, todavia na tradição Yoruba, existem diversos outros Ogan’s, exemplo: de folhas Babalosayin, de matança Asogun etc. Como na Umbanda não há sacrifício de animais, quando é necessário se chama alguém Iniciado e com o que chama de “Mão de faca”, para Imolar o animal.
“Melhorando-se, a humanidade verá depurar-se a atmosfera fluídica em cujo meio vive, porque não lhe enviará senão bons fluidos, e estes oporão uma barreira à invasão dos maus. Se um dia a Terra chegar a não ser povoada senão por homens que, entre si, praticam as leis divinas do amor e da caridade, ninguém duvida que não se encontrem em condições de higiene física e moral completamente outras que as hoje existentes” - (Allan Kardec - Revista Espírita, Maio, 1867).

O PERISPÍRITO

Semeia-se corpo natural, ressuscita corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual” - (Coríntios I, cap. 15, versículo 44). Sabe-se que a alma é revestida por um envoltório ou corpo fluídico, chamado perispírito, constituído das modificações do fluido universal. É, por assim dizer, uma condensação do fluido cósmico em redor do foco de inteligência ou alma, deduzindo-se daí que o corpo perispiritual e o corpo humano têm sua fonte no mesmo fluido, posto que sob dois estados diferentes.

O perispírito, ou corpo astral, pode ser definido como um veículo intermediário entre o Espírito e a matéria. É o agente das sensações externas. Paulo de Tarso, na Bíblia, chamou-o corpo espiritual. O Espírito, quando encarnado, não age directamente sobre os corpos materiais. Sua natureza abstracta não o permite. O perispírito é o laço que serve de elo entre ambos, pois, enquanto de um lado sofre a influência do pensamento, do outro exerce contacto com a matéria. É o perispírito quem transmite as ordens conscientes e inconscientes do Espírito para a actuação do corpo físico.

No sentido contrário, o corpo astral leva as sensações captadas pelo corpo físico à apreciação da alma.

a) Constituição do perispírito O corpo espiritual é de natureza semimaterial, constituído de uma modificação do fluido universal do orbe onde o Espírito está encarnado. A estrutura do perispírito varia de mundo para mundo. Quanto mais evoluído é o planeta, mais subtil é o corpo fluídico dos que nele vivem. O perispírito modifica-se de acordo com a evolução do Espírito. Isso se dá por causa da influência do pensamento da entidade, na estrutura molecular do corpo espiritual. Diz Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, pergunta 182: “À medida que o Espírito se purifica o corpo que o reveste aproxima-se igualmente da natureza espírita”.

O perispírito não é uma massa homogénea. Possui órgãos como o corpo físico e centros vitais, por onde são absorvidas as energias espirituais. Segundo as provas que certos Espíritos devem passar em suas encarnações, o corpo astral poderá exercer influência na formação do corpo carnal, dando origem a enfermidades ou anomalias orgânicas. O perispírito é altamente plasmável. Quando o Espírito está em liberdade, pode mudá-lo de forma pela acção da sua vontade. Esta propriedade explica as frequentes referências às aparições de seres angelicais e demoníacos, narradas na história da humanidade.

As aparições de Espíritos são chamadas “materializações”. Nesses fenómenos, o que se vê é o perispírito da criatura manifesta e não o Espírito, como pensam alguns.

b) Função do perispírito Quando migra de um mundo para outro, o Espírito troca de perispírito como se trocasse de roupa, pois seu corpo espiritual é formado de uma variação do fluido universal, existente em torno do planeta onde encarna. O corpo fluídico reflecte as experiências da entidade, mas não é a sede da memória. O perispírito registra as experiências vividas pela criatura e as envia ao “sensorium comune” do Espírito (que é o próprio Espírito), arquivo definitivo de todas as passagens da entidade pelo processo evolutivo.

Sabe-se que os fluidos são o veículo do pensamento do Espírito e que este pode imprimir naqueles as características que lhe aprouver, com a força de sua vontade, exercendo sobre a matéria a acção resultante desta actuação. É através do perispírito que se dá essa acção na matéria. Funciona, portanto, como uma esponja que absorve do meio as emanações fluídicas boas ou más existentes nele.

Deduz-se daí a origem de certos processos de enfermidades, como também compreende-se os mecanismos da cura através da fluidoterapia. O perispírito tem importante papel nos fenómenos psicológicos, fisiológicos e patológicos. Quando a Medicina humana der abertura aos conhecimentos da Ciência Espírita, ela abrirá novos horizontes para uma abordagem e um tratamento mais completos das moléstias orgânicas e psíquicas. O Espiritismo contribuirá com as técnicas de manipulação das energias para revitalizar o corpo astral e fornecerá elementos morais educativos, necessários ao equilíbrio definitivo do ser.

“O perispírito dos encarnados é de natureza idêntica à dos fluidos espirituais, e por isso os assimila com facilidade, como a esponja se embebe de líquido. Esses fluidos têm sobre o perispírito uma acção tanto mais directa, quanto, por sua expansão e por sua irradiação, se confunde com eles” - (Allan Kardec - A Génese, cap. XIV, item 18).

os fluidos


Os Fluidos
Projecto Reler


“... E quando semeias, não semeias o corpo que há de ser, mas o simples grão, como de trigo ou de qualquer outra semente. Mas Deus dá o corpo como lhe aprouve dar e a cada uma das sementes, o seu corpo apropriado. Nem toda carne é a mesma; porém uma é a carne dos homens, outra a dos animais, outra a das aves, outra a dos peixes. Também há corpos celestiais e corpos terrestres; e, sem dúvida, uma é a glória dos celestiais e outra, a dos terrestres. Uma é a glória do sol, outra a glória da lua, outra a das estrelas; porque até entre as estrelas há diferenças de esplendor” - (I Coríntios, cap. 15 - 37 a 41).

CONSIDERAÇÕES

Um dos grandes mistérios que a Ciência humana procura esclarecer é o da existência de uma matéria básica universal, capaz de servir como ponto de partida para a origem dos elementos físicos conhecidos. Embora pesquisadores em todo o mundo tenham se empenhado no estudo da estrutura íntima dos átomos, ainda não se conseguiu encontrar esse elemento básico primitivo.

Acredita-se que o Universo, em seu lado material, tenha uma idade calculada aproximadamente entre 9 e 16 biliões de anos. Estudos modernos afirmam que no princípio todos os elementos materiais estavam reunidos num só “ponto”, sob uma pressão incalculável.

Num dado momento, esse ponto teria explodido, dispersando matéria pelo espaço, dando origem às nebulosas, aos sistemas estelares, aos planetas e aos astros. O Universo, de acordo com a física moderna, continua a se expandir e não se sabe até quando continuará neste processo.

A Ciência entende que, encontrando o elemento material primitivo, estaria frente à solução de muitos mistérios sobre a origem das coisas. No século XIX, quando começaram as manifestações dos Espíritos, eles revelaram uma teoria onde explicavam de forma racional a origem das coisas materiais e espirituais. Diziam que havia por toda a Criação um elemento primitivo etéreo, denominado “fluido universal”, e que todos os elementos materiais conhecidos seriam formas modificadas deste fluido.

Alguns cientistas no passado pesquisaram a matéria básica, também denominada “éter”, mas não conseguiram convencer os meios científicos de sua existência. A Ciência não podia compreender a presença, no espaço, de uma matéria tão subtil que não fosse detectada pelos instrumentos existentes. O Espiritismo, através dos fenómenos de efeitos físicos, demonstrou a existência do fluido universal, base de todos os elementos materiais.

FLUIDO UNIVERSAL

O fluido universal é a matéria básica fundamental de todo o Universo material e espiritual, a matéria elementar primitiva. É altamente influenciável pelo pensamento (que é uma forma de energia), podendo se modificar, assumir formas e propriedades particulares.

A acção do Pensamento Divino sobre o fluido universal deu origem às nebulosas, aos sistemas estelares, aos planetas e astros. É nessa matéria fluídica que o Criador executa o plano existencial. O fluido universal preenche todo o espaço existente entre os mundos. Por meio dele viajam as ondas do pensamento, do mesmo modo que as ondas sonoras se projectam na camada atmosférica.

Em torno dos planetas, o fluido universal apresenta-se modificado. A presença da vida no orbe impõe-lhe características especiais, pois que é alterado pela actividade mental dos habitantes. Assim, nos mundos mais primitivos, o fluido universal que os circunda apresenta-se escuro e pesado.

Nos mundos mais civilizados, a atmosfera espiritual é mais leve e luminosa. Para melhor compreensão, pode-se dizer que esse princípio elementar tem dois estados distintos: o da imponderabilidade ou de eterização (estado normal primitivo), e o de ponderabilidade ou de materialização.

Ao primeiro estado pertencem os fenómenos do mundo invisível e ao segundo os do mundo visível. Logicamente entre os dois pontos existem inúmeras formas intermediárias de transformação do fluido em matéria tangível. No estudo deste importante assunto poderemos entender a origem de muitas afeições do ser humano e os fundamentos da fluidoterapia, largamente empregada nos centros espíritas, na profilaxia e tratamento das enfermidades físicas e espirituais.

“No estado de eterizarão, o fluido universal não é uniforme; sem cessar de ser etéreo, passa por modificações tão variadas em seu género, e mais numerosas talvez, do que no estado de matéria tangível. Tais modificações constituem fluidos distintos que, se bem sejam procedentes do mesmo princípio, são dotados de propriedades especiais, e dão lugar aos fenómenos particulares do mundo invisível.

Uma vez que tudo é relativo, esses fluidos têm para os Espíritos, que em si mesmo são fluídicos, uma aparência material quanto a dos objectos tangíveis para os encarnados, e são para eles o que para nós são as substâncias do mundo terrestre; eles as elaboram, as combinam para produzir efeitos determinados como o fazem os homens com seus materiais, embora usando processos diferentes” - (Allan Kardec - A Gênese, cap. XIV, item 3).

FLUIDO VITAL

Os Espíritos afirmam que uma das modificações mais importantes do fluido universal é o fluido vital. Ele é o responsável pela força motriz que movimenta os corpos vivos. Sem ele, a matéria é inerte. Podemos dizer que ele é responsável pela animalização da matéria, pois, segundo os Espíritos, a vida é resultado da acção de um agente sobre a matéria.

Esse agente é o fluido vital. É ele que dá vida a todos os seres que o absorvem e assimilam. A matéria sem ele não tem vida assim como ele sem a matéria não é vida. Quando os seres orgânicos perdem a vitalidade, por ocasião da morte, a matéria se decompõe formando novos corpos e o fluido vital volta à massa, ao todo universal, para novas combinações e utilizações no Universo. Cada ser tem uma quantidade de fluido vital, de acordo com suas necessidades. As variações dependem de um série de factores. Allan Kardec nos instrui sobre o assunto em O Livro dos Espíritos, pergunta 70:

“A quantidade de fluido vital não é a mesma em todos os seres orgânicos:

Varia segundo as espécies e não é constante no mesmo indivíduo, nem nos vários indivíduos de uma mesma espécie. Há os que estão, por assim dizer, saturados de fluido vital, enquanto outros o possuem apenas em quantidade suficiente. É por isso que uns são mais activos, mais enérgicos, e de certa maneira, de vida superabundante.

A quantidade de fluido vital se esgota. Pode tornar-se incapaz de entreter a vida, se não for renovada pela absorção e assimilação de substâncias que o contêm.

O fluido vital se transmite de um indivíduo a outro. Aquele que o tem em maior quantidade pode dá-lo ao que tem menos, e em certos casos fazer voltar uma vida prestes a extinguir-se”.

Estudando esses fundamentos à luz do Espiritismo, chegamos à compreensão de muitas coisas simples que nos pareciam complicadas e irreais, como por exemplo a citação de Moisés na Bíblia sobre a origem do homem. Diz ele: “ Deus formou o corpo do homem do limo da terra e lhe deu uma alma vivente à sua semelhança”. Ele estava certo, pois queria dizer que o corpo material era formado dos mesmos elementos que tinham servido para formar o pó da terra. A “alma vivente à sua semelhança” é o princípio inteligente ou espiritual retirado da essência divina, fazendo grande distinção entre o material e o espiritual.

O homem pode manter o equilíbrio de sua saúde vital através da alimentação, da respiração de ar não poluído e, acima disso, mantendo uma conduta mental sadia. O Princípio vital é a lei que rege a existência do fluido vital.

ATMOSFERA FLUÍDICA

“Os maus pensamentos corrompem os fluidos espirituais, como os miasmas deletérios corrompem o ar respirável” - (Allan Kardec - A Gênese, cap. XIV, item 16).

Vimos que o pensamento exerce uma poderosa influência nos fluidos espirituais, modificando suas características básicas. Os pensamentos bons impõem-lhes luminosidade e vibrações elevadas que causam conforto e sensação de bem-estar às pessoas sob sua influência. Os pensamentos maus provocam alterações vibratórias contrárias às citadas acima. Os fluidos ficam escuros e sua acção provoca mal estar físico e psíquico.

Pode-se concluir assim, que em torno de uma pessoa, de uma família, de uma cidade, de uma nação ou planeta, existe uma atmosfera espiritual fluídica, que varia vibratoriamente, segundo a natureza moral dos Espíritos envolvidos.

À atmosfera fluídica associam-se seres desencarnados com tendências morais e vibratórias semelhantes. Por esta razão, os Espíritos superiores recomendam que nossa conduta, nas relações com a vida, seja a mais elevada possível. Uma criatura que vive entregue ao pessimismo e aos maus pensamentos, tem em volta de si uma atmosfera espiritual escura, da qual aproximam-se Espíritos doentios. A angústia, a tristeza e a desesperança aparecem, formando um quadro físico-psíquico deprimente, que pode ser modificado sob a orientação dos ensinos morais de Jesus.

“A acção dos Espíritos sobre os fluidos espirituais tem consequências de importância directa e capital para os encarnados. Desde o instante em que tais fluidos são o veículo do pensamento; que o pensamento lhes pode modificar as propriedades, é evidente que eles devem estar impregnados das qualidades boas ou más, dos pensamentos que os colocam em vibração, modificados pela pureza ou impureza dos sentimentos” - (Allan Kardec - A Gênese, cap. XIV, item 16).

À medida que cresce através do conhecimento, o homem percebe que suas mazelas, tanto físicas quanto espirituais, é directamente proporcional ao seu grau evolutivo e que ele pode mudar esse estado de coisas, modificando-se moralmente. Aliando-se a boas companhias espirituais através de seus bons pensamentos, poderá estabelecer uma melhor atmosfera fluídica em torno de si e, consequentemente, do ambiente em que vive. Resumindo, todos somos responsáveis pelo estado de dificuldades morais que vive o planeta actualmente.
2.RIO GRANDE: Rio que serve de fronteira em área do México com os EUA. Tem o nome de “Grande”, mas na verdade, sua largura, em vários pontos, não excede cinco metros; em muitos outros pontos, permite travessia a pé, de margem a margem.

3.Hiperatividade: não me refiro, aqui, ao que a Medicina denomina DDA (desordem do déficit de atenção), e sim à capacidade de realizar bem (e em quantidade) tarefas de diferentes áreas.


4.Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Cap III.


5.OPINIÃO PESSOAL: Vide alertas de Kardec, na “Introdução” de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”.


Eurípedes Kühl: Eurípedes Kühl, 1934, paulista, casado, 2 filhos. Oficial do Exército, pára-quedista militar, na Reserva Remunerada, após 31 anos de carreira castrense. Bacharel em Administração de Empresas e Economia. Espírita de berço. Médium psicógrafo e escritor espírita. Vinte e dois livros editados. Doze, psicografados, e dez, de lavra própria. Palestrante espírita, responsável por vários cursos sobre Espiritismo, articulista e colaborador de vários órgãos de divulgação espíritas, inclusive "O REFORMADOR", da Federação Espírita Brasileira.
2. Transição Planetária
É verdade que todos nós notamos que o mundo vem passando por mudanças expressivas e rápidas, mormente com as gerações de jovens do pós 2ª Guerra Mundial (1939-1945) que tanta presença vêm marcando, notadamente:


A.- as mulheres, praticamente, igualaram-se social e profissionalmente aos homens, quebrando tabus seculares;


B.- no inter-relacionamento familiar desapareceram do vocabulário filial as palavras “senhor” ou “senhora”, no tratamento com os pais, que foram substituídas simplesmente por “você”;


C- os pais aceitam que o filho ou a filha (às vezes, menores de idade...) tragam para casa a namorada, ou o namorado, por pernoite ou dias, em muitos casos permitindo-lhes relacionarem-se sexualmente, o que eufemisticamente é denominado “ficar”... (sexo avulso, irresponsável...);


D- o pai, dantes 100% ausente das lides domésticas, agora as divide com a esposa e os filhos; em alguns casos assume tudo, por ele estar desempregado e ela, a esposa, exercer alguma actividade dentro ou fora de casa, com o que garante o sustento do lar...


E- os adultos, modo geral, preocupam-se em passar valores morais para as crianças, trazendo à tona a verdade, sobre qualquer assunto (drogas e sexo, em particular).Em “O Livro dos Espíritos”, obra basilar do Espiritismo, vemos na 3ª Parte que a Lei Divina do Progresso submete tudo e todos à incessante evolução, com sistemática nem sempre compreendida pelo homem. Com efeito, a atmosfera se mostra saneada após as tempestades ou ventos fortes e o solo sempre se torna mais generoso depois das erupções vulcânicas.Se assim é quanto ao mundo físico, outra não será a sistemática quanto à Humanidade...Relembremos que pedagogicamente Kardec classificou a Terra como planeta de “Provas e Expiações e o Espírito de Santo Agostinho declarou que chegou a hora deste mundo ser promovido a Planeta de Regeneração” .Essa promoção é bem explicitada no livro “A Génese”, última obra literária de Kardec, que no derradeiro capítulo (XVIII) deixou registrado:


São chegados os tempos - Sinais dos tempos – A geração nova1. São chegados os tempos, dizem-nos de todas as partes, marcados por Deus, em que grandes acontecimentos se vão dar para regeneração da Humanidade.


(...) A Terra, como tudo o que existe, está submetida à lei do progresso que, moralmente, se dará pela depuração dos Espíritos encarnados e desencarnados que a povoam.


(...) Restam aos homens fazerem que entre si reinem a caridade, a fraternidade, a solidariedade, que lhes assegurem o bem-estar moral.


(...) A geração futura (estávamos em 1868) desembaraçada das escórias do velho mundo e formada de elementos mais depurados, se achará possuída de ideias e sentimentos muito diversos dos da geração presente.


(...) O carácter, os costumes, os usos, tudo está mudado. É que, com efeito, surgiram homens novos, ou, melhor, regenerados.


(...) A geração que surge, retemperada em fonte mais pura, imbuída de ideias mais sãs, imprimirá ao mundo ascensional movimento, no sentido do progresso moral que assinalará a nova fase da evolução humana.


(...) Havendo chegado o tempo, grande emigração se verifica dos que a habitam: a dos que praticam o mal pelo mal, ainda não tocados pelo sentimento do bem, os quais, já não sendo dignos do planeta transformado, serão excluídos. Irão expiar o endurecimento de seus corações, uns em mundos inferiores, outros em raças terrestres ainda atrasadas.


(...) A Terra, no dizer dos Espíritos, não terá de transformar-se por meio de um cataclismo que aniquile de súbito uma geração. A actual desaparecerá gradualmente e a nova lhe sucederá do mesmo modo, sem que haja mudança alguma na ordem natural das coisas.


(...) Pela natureza das disposições morais, sobretudo das disposições intuitivas e inatas das duas gerações, da que parte e da que chega, torna-se fácil distinguir a qual das duas pertence cada indivíduo.


(...) A regeneração da Humanidade não exige absolutamente a renovação integral dos Espíritos: basta uma modificação em suas disposições morais.Conclusão


“Crianças Índigo” ajudarão a regenerarão do mundo, no dizer dos autores citados...Sobre elas e sua missão, segundo o que dizem os norte-americanos, há alguns dados que, sem esforço, podem ser aproximados do Espiritismo. Não são muitos, mas existem.Situo isso com a expressão da qual muito gosto: “Pode haver algum ouro na ganga”.“Crianças índigos” é teoria que surgiu da observação de auras azul brilhante, isso significando diferença (para melhor) entre os que a possuem e os que a têm de outra cor.


wtvgkjhO Espírito André Luiz, em sua abençoada série “A Vida No Mundo Espiritual” (13 livros, psicografados por F.C.Xavier, alguns com W.Vieira), traz notícias de auras e cores, em vários livros. Destaco apenas “Os Mensageiros”, em seu Cap. 24, quando se refere a um Espírito evoluído — Ismália, em preces —, com luzes diamantinas que do tórax irradiavam todo o corpo.


Dois outros Espíritos que acompanhavam Ismália estavam quase semelhantes a ela, “como se trajassem soberbos costumes radiosos, em que predominava a cor azul”. (Grifos meus).Da minha parte, o que já aprendi do Espiritismo não me autoriza, de forma alguma, acatar receitas de ingredientes novos e menos ainda provar o bolo pronto.


Assim, embora considerando instigante o tema “crianças índigo”, não o tenho nem como comprovado ou comprovável, nem como reprovado ou reprovável.Deixar que o Tempo se encarregue de mostrar o que há de verdade é atitude que a prudência bem recomenda, dirimindo se tudo não passa de opinião pessoal de algumas pessoas, respeitáveis todas. Kardec, em se referindo ao Espiritismo e eventuais novidades, sempre combateu energicamente as opiniões pessoais...


1.ÍNDIGO: planta cultivada originalmente na Índia e que fornece material para tingir as calças jeans com a cor característica.