quarta-feira, 30 de julho de 2008

A princípio, parece que se trata de um procedimento simples. Mas, quem esta habituado com o assunto, sabe que existem inúmeras particularidades que podem alterar a direcção de um tratamento e fazer com que, de um paciente para outro, sigam-se condutas um pouco diferentes entre si. O estudo de todas estas particularidades constitui-se na ciência médica.No tratamento da obsessão, temos toda uma ciência particular, regida por leis espirituais que governam a metodologia de cura. Infelizmente, os trabalhadores de centros espíritas quase não levam nada disso em consideração. Acham que para se curar um obsedado, basta que este seja colocado a frequentar o centro; que leia o Evangelho e receba passes. Tudo parece simples, como a princípio achamos simples o médico curar o enfermo.A cura da obsessão só parece simples, mas se formos nos dedicar a este ministério, estudando-o profundamente, vamos ver que a ciência espiritual apresenta detalhes que devem ser observados para o sucesso do tratamento.Na diagnose e tratamento das doenças do corpo, temos quatro fases a seguir:

- Sintomas
- exames
- remédios
- resultados

No tratamento da obsessão, podemos desenvolver um método semelhante, visto que o do corpo físico obedece à lógica inquestionável da ciência.

Sintomas
- É a primeira fase do tratamento. Devemos saber quais os sintomas que o paciente apresenta, pois de outra forma não poderemos saber se têm um problema de ordem física, que esteja sendo confundido com obsessão. Existem perguntas básicas (como na ciência médica) que devem ser feitas:
quando começou o problema? O paciente já teve crises convulsivas? Fez eletroencefalograma? Bebe? É viciado em drogas? Já esteve envolvido com terreiros primitivos ou desenvolvendo mediunidade? Qual a idade do paciente, seu endereço etc.Tudo isso deve ser anotado numa ficha. Não se deve confiar na nossa capacidade de lembrar, nem deixar nas mãos dos nossos guias o problema do obsedado, para que eles o solucionem. Em desobsessão, cada um faz a parte que lhe cabe.

Exames mediúnicos Trata-se da segunda fase. Devemos examinar o paciente. Em ciência espírita isso significa submetê-lo à influência de um médium, para que este possa emitir um parecer sobre o caso. O médium é o aparelho de exames.Este exame pode ser feito de duas formas:

- Através de evocações particulares, feitas em nome do paciente,- Por meio de um vidente de faculdade comprovada.
É importante que os médiuns usados nestes exames saibam o mínimo possível a respeito do caso. Isto dará ao responsável pelos tratamentos a possibilidade de aferir o rendimento mediúnico da equipe, confrontando-o com apontamentos feitos na entrevista.

Tratamento
- É a terceira fase. Se os efeitos apresentados na obsessão são intensos e o caso tem caracteres de gravidade, convém que o trabalho de evocação seja desenvolvido por algumas semanas seguidas, em reuniões particulares, de modo a pesquisar causas e agir moralmente sobre o obsessor.Em todos estes procedimentos, o paciente não precisa estar presente, a não ser na entrevista para a colecta de informações e no exame do médium vidente.Caso os efeitos sejam os de uma obsessão simples, actuando mais como um incómodo, basta que o paciente seja submetido às sessões de passes nas reuniões públicas, recebendo ali a fluidoterapia normal e a doutrinação feita pela explanação evangélica. Isso, geralmente, é suficiente para que os sintomas desapareçam.

Resultados
- Quarta e última fase. Por último, uma nova entrevista fornecerá os resultados a respeito da situação do paciente. Se os sintomas regrediram, é sinal que se está a caminho da cura. Se não houver melhora ou mesmo houver piora, devemos empreender nova pesquisa para colectar mais informações: novo diálogo; novo exame; novo tratamento e nova aferição de resultados.Na desobsessão, devemos levar em conta que desobsediar alguém é lutar contra um espírito inferior e precisamos estar convenientemente preparados para isso. Se não procedermos com cautela, poderemos estar correndo o risco de perder a luta e, inclusive, ficarmos obsedado, tentando fazer desobsessão.

A reunião mediúnica
- A reunião mediúnica é a base na qual se fundamenta a recuperação do obsedado. Ele não deve participar dela, nem ser usado como médium de seu obsessor, como se faz em alguns núcleos. Nesses trabalhos íntimos, reúnem-se pessoas sérias, dispostas a trabalharem pelo alívio das misérias dos que caíram presas da obsessão. Estão ali homens e Espíritos, unidos pelo amor ao bem comum, desenvolvendo seus métodos de trabalho com o intento de auxiliarem os sofredores. O Livro dos Médiuns é um poderoso guia capaz de fornecer informações seguras de como se lidar com as evocações para tratamento de obsessões.Alguns factores devem ser considerados quando vamos formar uma equipe para desobsessão.

- O número de participantes, que nunca deve ser excessivo. Os grupos pequenos realizam os melhores trabalhos; as condições morais do grupo devem ser acima da média comum.- Vícios e hábitos grosseiros devem ser combatidos.

- A mediunidade em desobsessão tem que ser praticada de forma religiosa, como instruiu o Codificador.
- Os pensamentos devem estar em uníssono, falando uma só língua, desejando um só fim. A desarmonia entre os membros da equipe prejudica a desobsessão e atrai para os participantes a obsessão;
- Devemos contar com passistas e doutrinadores.
- Por fim, a colaboração de um eficiente secretário, que à baixa luz anotará a evolução da situação espiritual em cada caso.

Certamente, cada casa espírita possui uma estrutura humana, e mesmo material, que nem sempre permite que um trabalho de desobsessão possa ser realizado na sua plenitude. Porém, quando a boa vontade e a seriedade estão presentes, bons resultados não faltarão.

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