quarta-feira, 30 de julho de 2008

Observamos a preocupação do Codificador com a conotação que se poderia, no futuro, fazer do Espiritismo como aspecto religioso. A Doutrina Espírita como elo de união de pensamentos em torno da solidariedade e fraternidade universal, promovendo a evolução moral dos indivíduos, acha-se perfeitamente enquadrado na palavra Religião. Devemos reconhecer, entretanto, que entre as Religiões como Instituições existentes actualmente na Terra, o Espiritismo não se define. Há muito que se evoluir na Terra,
não só em termos de Religião como em geral, para que o Espiritismo possa a ter uma definição mais adequada ao que ele de fato é, longe dos padrões religiosos que conhecemos hoje, e isso, certamente, acontecera. Devido ainda a nossa ignorância de conhecimento da grandeza da Vida, parece que o
Espiritismo é algo palpável, rígido, fixo e com regras definidas. Na realidade, a Doutrina Espírita é infinita e eterna pois tudo o que estiver ao alcance do Homem no conhecimento da Vida faz parte do seu princípio básico maior, que é o uso da RAZAO em comunhão de pensamento. Basta darmos tempo ao tempo para ele se adequar a nova era do nosso planeta. As diversas visões que surgem do Espiritismo são próprias da sua evolução, tendo em vista se tratar de uma doutrina progressista. Devemos trabalhar
com seriedade e humildade para compreende-lo adequadamente no tempo em que se encontra, evitando pensamentos egoístas e vaidosos que são vícios do fanatismo, colocando-o a serviço do bem comum. Para isso, a unificação como movimento organizacional é a mais completa forma de se promover uma ampla e positiva comunhão de pensamentos.

Raul Franzolin Neto
rfranzol@spider.usp.br
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Referencias:
ALLAN KARDEC O Espiritismo é uma religião? Revista Espírita - Jornal de Estudos Psicológicos, Dezembro de 1968, EDICEL, p.351-360

ALLAN KARDEC E' o Espiritismo uma Religião? Revista Espírita - Jornal de
Estudos Psicológicos, Dezembro de 1968, O Reformador, v.94, n.1764, p. 22-26, 1976.

ALLAN KARDEC. O que é o Espiritismo, IDE, 223p.1994.
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CARIDADE E FRATERNIDADE


Quando Cristo Nosso Mestre esteve aqui no nosso amado Mundo, muitos queriam que Ele cuidasse de todos sem nada oferecer em troca. Não se trata disso! Tudo é muito complicado e nada deve ser feito sem a participação de nos mesmos. O trabalho é uma constante na nossa vida e devemos nos ater em tudo o que nos for permitido realizar. O sucesso não depende dos outros, mas sim de nos mesmos.
Quando um homem não consegue desenvolver sua missão pessoal, há que se propor outra de menor valor, mas algo sempre tem que ser produzido. Isso é a evolução. Isso é a vida e a vida não é um acto impensado. Não se pode fugir da realidade Verdadeira, ou seja, tudo esta em franco desenvolvimento. Estamos certos de que um dia iremos todos viver em total
harmonia, mas para que isso aconteça o mais cedo possível, devemos trabalhar muito em favor dos menos favorecidos. Não pensem que somente trabalhando honestamente para o sustento próprio, seja a chave do mundo feliz. Não. Muito mais tem que ser produzido. O sustento próprio faz parte de um dos pontos a ser desenvolvido na longa estrada da vida. Porem, o trabalho na prática da caridade é muito mais importante e necessário.
Nunca chegaremos ao estágio da felicidade pura se não passarmos pela depuração do nosso ser, que se faz com a ajuda ao próximo. Toda a infelicidade que nos acompanha é fruto de nossa ociosidade nessa área.
Estamos acostumados a seguir por um caminho mais fácil. Estamos sempre prontos a nos sustentar através do nosso conforto pessoal. Os bens materiais são importantes, mas somente devem servir como apoio em nossa caminhada. Nada mais do que isso. Procuremos nos manter longe da matéria quando ela não for importante e procuremos ficar próximos dos nossos irmãos
necessitados. Aí esta a verdadeira ponte que une os mundos atrasados aos mundos superiores. Nesses locais de paz e harmonia, todos vivem em união de pensamento. Todos buscam o trabalho em função de todos. Servem como meio de vida. O conforto pessoal é uma simples consequência. Viveremos em estado de total alegria. Mas quanto ainda teremos que percorrer! Quanto ainda teremos que buscar! O tempo não é inimigo de ninguém. Para uns ele só trás problemas, enquanto para outros, só alegrias. O tempo somos nos quem determinamos. Se queremos seguir na estrada da felicidade constante ao nosso avanço, devemos então, procurar o melhor meio de encontra-la.
Devemos, como sabemos, utilizar nosso próximo como nosso meio de crescimento e não buscar no conforto total da matéria. Pensemos sempre nos nossos irmãos. Trabalhemos nos nossos planos espirituais. Trabalhemos em benefício de todos. Pensemos em tudo o que fizermos em benefício do bem comum. O nosso trabalho profissional, material, espiritual... Tudo deve servir ao próximo. De pouco adianta o bem pessoal em relação ao bem comum.

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