quinta-feira, 31 de julho de 2008

Você sabe o que é Encosto?

Bocejos, sensação de desconforto, dor de cabeça , dor nas costas, peso nos ombros, nem sempre têm causa física ou orgânica. Se você costuma sentir estes sintomas, fique alerta! Pode ser um encosto! Encosto é uma palavra utilizada pelo senso comum para definir energias intrusas, aproximação de espíritos obsessores ou vampirizadores. Somos rodeados por energias espirituais e espíritos de ordens diversas. Eles se aproximam de nós por motivos cármicos( outras vidas) e, principalmente, pela lei dos semelhantes. Semelhante atrai semelhante. Um prato limpo não atrai moscas!

Este assunto sempre me despertou curiosidade. Os encostos têm má fama. Podem separar casais, estimular brigas no lar e discórdias.

Pensei no professor Gabriel, nosso amigo espiritual. Ele, um mestre espiritual, seria ideal para elucidar algumas dúvidas à luz da Doutrina Espírita.

Preparei-me para a viagem astral. Não foi fácil. Entrar em contato com energias do Bem depende dos nossos pensamentos e atitudes. Os bons espíritos estão sempre em contato conosco. No entanto, nós os afastamos com os maus pensamentos, o egoísmo e o mau comportamento.

Busquei o refúgio da minha floresta, o contato com o verde e o refúgio na prece. A folhagem de aroma agradável, a terra molhada pelo contato da chuva. Depois da prece, uma brisa suave. Uma luz branca se aproximou de mim e defini um vulto de luz branca. A presença agradável, uma figura masculina de rosto simpático. Alto, de sorriso afável. Um agradável bem estar tomou conta do meu ser. Os pássaros silenciaram. Ele sentou-se ao meu lado no banco de madeira. Palavras desnecessárias, o contato era telepático.

_ Bom dia, Magnólia! Estou a seu dispor!- seu sorriso era muito bonito.

_ Professor Gabriel, gostaria que respondesse algumas perguntas. Estou muito curiosa! Pode nos ajudar? Os espíritos vêem tudo o que fazemos?- perguntei ansiosa.

_ Podem vê-la , pois estais incessantemente rodeados por eles. Mas cada um só vê aquelas coisas a que dirige a sua atenção, porque eles não se ocupam das que não lhes interessam.

_ Os espíritos podem conhecer os nossos pensamentos mais secretos?

_ Conhecem, muitas vezes, aquilo que desejaríeis ocultar a vós mesmos, nem atos, nem pensamentos podem ser dissimulados por eles.- respondeu o doutor Gabriel.

Dei um longo suspiro. Estava ficando com medo. Pensei: "Não temos privacidade em nossos pensamentos? Qualquer espírito pode bisbilhotar nossa mente?" - O professor sorriu e afirmou:

_ Depende das influencias que você mesmo atrai.

_ Assim sendo, professor, pareceria mais fácil ocultar-se uma coisa a uma pessoa viva, pois não o podemos fazer a essa mesma pessoa depois de morta?- perguntei assustada.

_ Certamente, pois quando vos julgais bem escondidos, tendes muitas vezes ao vosso lado uma multidão de Espíritos que vos vêem.

_ Professor, que pensam de nós os Espíritos que estão ao nosso redor e nos observam?- perguntei.

_ Magnólia, isso depende. Os Espíritos levianos riem das pequenas traquinices que vos fazem, e zombam das vossas impaciências. Os Espíritos sérios lamentam as vossas trapalhadas e tratam de vos ajudar.

_ Professor Gabriel, os Espíritos influem sobre os nossos pensamentos e nossas ações?

_ Nesse sentido a sua influência é maior do que supondes, porque muito freqüentemente são eles que vos dirigem.

Fiquei perplexa!

_ Temos , então, pensamentos próprios e outros que nos são sugeridos?

Professor Gabriel ficou em pé e observou o céu, a relva e as folhagens. Alguns segundos depois ele me disse:

_ Vossa Alma é um Espírito que pensa; não ignorais que muitos pensamentos vos ocorrem, a um só tempo, sobre o mesmo assunto, e freqüentemente bastante contraditórios. Pois bem: nesse conjunto há sempre os vossos e os nossos, e é isso o que vos deixa na incerteza, porque tendes em vós duas idéias que se combatem.

_ Professor Gabriel, como distinguir nossos próprios pensamentos dos que nos são sugeridos?

_ Quando um pensamento vos é sugerido, é como uma voz que vos fala. Os pensamentos próprios são, em geral, os que vos ocorrem nos primeiro impulso.

De resto não há grande interesse para vós nessa distinção e é freqüentemente útil não o saberdes: o homem age mais livremente; se decidir pelo bem, o fará de melhor vontade; se tomar o mau caminho, sua responsabilidade será maior.

_ Professor, como distinguir se um pensamento sugerido vem de um bom ou de um mau Espírito?- perguntei ansiosa.

_ Estudai a coisa: os bons Espíritos não aconselham senão o Bem; cabe a vós distinguir.

_ Com que fim os Espíritos imperfeitos nos induzem ao Mal?

_ Para vos sofrer como eles, Magnólia.-

_ Isso lhes diminui os sofrimentos?

_ Não, mas eles o fazem por inveja dos seres mais felizes.

_ Professor Gabriel, porque permite Deus que os Espíritos nos incitem ao mal?

_ Os espíritos imperfeitos são os instrumentos destinados a experimentar a fé e a Constancia dos homens no bem. Tu, sendo espírito, dever progredir na ciência do infinito, e é por isso que passas pelas provas do mal, para chegar ao bem. Nossa missão é a de colocar-te no bom caminho, e quando más influências agem sobre ti, és tu que as chamas, pelo desejo do mal, porque os Espíritos inferiores vêm em teu auxílio no mal, quando tens a vontade de o cometer; eles não podem ajudar-te no mal, senão quando tu desejas o mal. Se és inclinado ao assassínio, pois bem, trarás uma nuvem de Espíritos que entreterão esse pensamento em ti; mas também terás outro que tratarão de influenciar-te para o bem, o que faz que se reequilibre a balança e te deixe senhor de ti._ Professor Gabriel olhou para mim com ar grave, mas bondoso. Refleti por alguns instantes e tornei a perguntar:

_ Professor , os espíritos que procuram induzir-nos ao mal, e que assim põem à prova a nossa firmeza no bem, receberam a missão de o fazer, e se é uma missão que eles cumprem, terão responsabilidade nisso?

_ Nenhum Espírito recebe a missão de fazer o mal; quando ele o faz, é pela sua própria vontade, e conseqüentemente terá de sofrer as conseqüências. Deus pode deixá-lo fazer para vos provar, mas jamais o ordena e cabe a vós repeli-lo.

_ Quando experimentamos um sentimento de angústia, de ansiedade indefinível ou de satisfação interior sem causa conhecida, isso decorre de uma disposição definida?

_ É quase sempre um efeito das comunicações que, sem o saber, tivestes com os Espíritos, ou das relações que tivestes com eles durante o sono.

_ Professor, e os Encostos? Muitas pessoas se queixam de mal estar, insônia, dor nas costas, enfim uma série de sintomas que não passam com remédios ou tratamento. Algumas brigas, discórdias no lar são atribuídas aos maus espíritos, espíritos encostos.

Professor Gabriel sorriu com bom humor:

_ Espíritos Encostos! Termo não muito apropriado. Os Bons espíritos têm muitas tarefas a fazer e não ocupam seu tempo encostando nas pessoas. Não provocam mal estar. Os maus espíritos, os zombeteiros, podem provocar sintomas diversos por causa dos seus fluidos pesados. a presença de maus espíritos traz sempre mal estar por causa dos fluidos. Eles não ficam encostados nos homens. A vida é muito dinâmica, Magnólia. Tudo muda e evolui. Não há retrocesso. Quando atraímos espíritos inferiores, não somos vítimas, mas agentes do livre arbítrio. Se atraímos um espírito vingativo e nada fizemos nesta vida atual, o fizemos na pregressa. Nada é por acaso. No entanto, Deus sempre nos auxilia a corrigir nossas imperfeições para trilharmos um caminho mais feliz e tranqüilo.

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