quarta-feira, 30 de julho de 2008

(14) A palavra Deus, em si, não tem nenhum poder. A palavra é apenas um signo e sua carga emotiva está no conceito, na ideia que ela exprime e portanto no pensamento. Dizê-las em sentir o que ela representa é como articular sons sem sentido. Dizê-la com plena consciência do seu significado e sentindo-a fundamente é ligar-nos a Deus. No plano espiritual o que vale é a vibração psíquica e não a forma verbal, ou segundo Kardec, o fundo e não a forma. (N. do T.)
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Dois Espíritos evocados simultaneamente por dois médiuns podem travar uma conversação. Não necessitando dessa forma de comunicação, desde que lêem reciprocamente seus pensamentos, assim o fazem para nossa instrução. Se forem Espíritos inferiores, estando ainda imbuídos das paixões terrenas e das ideias que tiveram na vida corpórea, pode acontecer que briguem e troquem palavrões, que se acusem mutuamente e até mesmo que atirem os lápis, as cestas, as pranchetas, etc. um no outro.(15)
30. O Espírito que é evocado ao mesmo tempo em muitos lugares pode responder simultaneamente às perguntas que lhe fazem?
— Sim, se for um Espírito elevado.
— Nesse caso o Espírito se divide ou possui o dom da ubiquidade?
— O Sol é um só e no entanto irradia a sua luz por todos os lados, projectando os seus raios à distância sem se subdividir. Dá-se o mesmo com os Espíritos. O pensamento do Espírito é como uma estrela que irradia a sua claridade no horizonte e pode ser vista de todos os pontos. Quanto mais puro é o Espírito mais o seu pensamento irradia e se difunde como a luz. Os Espíritos inferiores são mais materiais, não podem responder a mais de uma pessoa de cada vez e não podem atender à nossa evocação se já foram chamados em outro lugar.
Um Espírito superior, chamado ao mesmo tempo em dois lugares, atenderá às duas evocações se elas forem igualmente sérias e fervorosas. Em caso contrário, dará preferência à mais séria.(16)
Observação - Dá-se o mesmo com o homem que, de um mesmo lugar, pode transmitir seu pensamento por meio de sinais que são visíveis de várias direcções. Numa sessão da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, em que a questão da ubiquidade estava em discussão, um Espírito ditou espontaneamente a comunicação seguinte:
"Discutíeis sobre a hierarquia dos Espíritos quanto à ubiquidade. Comparai-nos a um aeróstato que se eleva pouco a pouco no ar. Enquanto ainda rasteja na terra, só um pequeno círculo de pessoas pode vê-lo; à medida que se eleva o círculo se alarga e quando atinge certa altura é visto por uma infinidade de pessoas. O mesmo acontece connosco. Um Espírito mau, ainda apegado à terra, fica num círculo restrito de pessoas que o vêem. Eleve-se na graça, melhore-se e poderá conversar com muitas pessoas. Quando se tornar Espírito superior poderá irradiar como a luz solar, mostrar-se a muitas pessoas e em muitos lugares ao mesmo tempo. -CHANNING".
31. Os Espíritos puros, que já terminaram a série de suas encarnações, podem ser evocados?
— Sim, mas muito raramente, pois só se comunicam aos corações puros e sinceros, não aos orgulhosos e egoístas. Assim, é necessário desconfiar dos Espíritos inferiores que se arrogam essa qualidade para se fazerem mais importantes aos vossos olhos.
32. Como se explica que os Espíritos de homens mais eminentes atendam tão facilmente, e de maneira tão familiar, ao chamado dos homens mais obscuros?
— Os homens julgam os Espíritos por si mesmos, o que é errado. Após a morte corporal as posições terrenas desaparecem. A única distinção entre os Espíritos é a da bondade, e os que são bons vão a todos os lugares onde possam fazer o bem.
33. Quanto tempo depois da morte se pode evocar um Espírito?
— Pode-se evocá-lo no próprio instante da morte, mas como então ele ainda se encontra em perturbação, só imperfeitamente pode responder.

(15) A leitura recíproca do pensamento refere-se aos Espíritos mais adiantados. Os Espíritos inferiores, que brigam e se xingam, estão ainda em condições humanas. É o que se esclarece na resposta à pergunta 30. Kardec e os Espíritos que lhe revelaram a doutrina tomam sempre o Espírito de tipo médio, já liberto da materialidade grosseira, para base de suas respostas sobre a vida espírita. (N. do T.)
(16) A informação dos Espíritos sobre a irradiação do pensamento está hoje cientificamente provada pelas pesquisas parapsicológicas. No tocante à graduação do poder de irradiação, segundo a evolução espiritual, é problema referente ao mundo espírita. Não obstante, podemos verificá-lo na Terra através do alcance intelectual das criaturas, que varia de acordo com o grau evolutivo dos indivíduos na própria escala social. Assim, a imagem feita por Channing na sua comunicação corresponde a uma realidade espiritual que podemos constatar na existência terrena. (N. do T.)
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OBSERVAÇÃO - Sendo muito variável a duração da perturbação, não se pode fixar um prazo para a evocação. Não obstante, é raro que o Espírito, depois de oito dias, não esteja suficientemente consciente do seu estado para poder responder. Às vezes pode fazê-lo muito bem, dois ou três dias após a morte. É possível, em todos os casos, experimentar de maneira prudente.(17)
34. A evocação no instante da morte é mais penosa para o Espírito do que mais tarde?
— Algumas vezes. É como se vos fizessem levantar em meio do sono, sem estardes completamente acordado. Não obstante, há os que não se mostram de maneira alguma contrariados e aos quais a evocação até mesmo ajuda a saírem da perturbação.(18)
35. Como pode o Espírito de uma criança, morta em tenra idade, responder conscientemente, se quando em vida corpórea ainda não tinha consciência de si mesma?
— A alma da criança é um Espírito ainda envolto nas faixas da matéria. Mas liberto da matéria goza das suas faculdades de Espírito, porque os Espíritos não têm idade. Isso prova que o Espírito da criança já viveu. Não obstante, até que esteja completamente liberto pode conservar na linguagem alguns traços do carácter da criança.(19)


Observação — A influência corpórea, que perdura mais ou menos no Espírito da criança, às vezes também se nota no Espírito dos que morreram loucos. O Espírito em si mesmo não é louco, mas sabe-se que certos Espíritos acreditam, durante algum tempo, estar ainda neste mundo. Não é pois de admirar que o Espírito do louco ainda se ressinta dos entraves que, durante a vida, se opunham à sua livre manifestação, até que esteja completamente liberto. Esse efeito varia segundo as causas da loucura, porque há loucos que recobram toda a lucidez imediatamente após a morte.


283. Evocação de animais.


36. Pode-se evocar o Espírito de um animal?
— O princípio inteligente que animava o animal fica em estado latente após a morte. Os Espíritos encarregados desse trabalho imediatamente o utilizam para animar outros seres, através dos quais continuará o processo da sua elaboração. Assim, no mundo dos Espíritos não há Espíritos errantes de animais, mas somente Espíritos humanos. Isto responde a vossa pergunta.(20)
37. Como se explica então que certas pessoas tenham evocado animais e recebido respostas?
— Evoque um rochedo e ele responderá. Há sempre uma multidão de Espíritos prontos a falar sobre tudo.
Observação - É por essa mesma razão que se evocarmos um mito ou um personagem alegórico ele responderá. Isso quer dizer que responderão por ele. O Espírito que se apresentar em seu lugar tomará o seu aspecto e as suas maneiras. Alguém teve um dia a ideia de evocar Tartufo e ele logo se manifestou. E ainda mais, falou de Orgon, de Elmira, de Damis e Valéria, dando suas notícias. Quanto a si mesmo, imitou Tartufo com tanta arte como se ele fosse um personagem real. Disse mais tarde ser um artista que havia desempenhado o papel. Os Espíritos levianos se aproveitam sempre da inexperiência dos interrogantes, mas evitam manifestar-se aos que sabem que podem descobrir as suas imposturas e não dariam crédito às suas histórias. É o mesmo que acontece entre os homens.


(17) Nunca se faz a evocação no momento da morte. A pergunta colocou apenas uma possibilidade, que os Espíritos confirmaram. Aliás, o Espírito recém-desencarnado não atenderia se não estivesse em condições e não recebesse permissão dos Espíritos superiores. No caso de atender é porque isso lhe seria benéfico, segundo vemos na resposta à pergunta 34: ajudá-lo-ia a vencer a perturbação. (N. do T.)
(18) As evocações se processam, desde os tempos primitivos, entre todos os povos. Dessa maneira os Espíritos podem citar experiências muitas vezes ocorridas antes da prática espírita moderna. Os casos propriamente espíritas se limitaram a algumas experiências de pesquisa científica. (N. do T.)
(19) A expressão "faixas da matéria" é comparativa, lembrando a criança enfaixada após o nascimento. O Espírito da criança entra no mundo espírita envolvido pelas ligações materiais que o restringiam na condição infantil terrena. O Espírito se refere, nessa resposta, especialmente aos "traços de linguagem" porque trata nesse momento das comunicações orais e escritas (N. do T.)
(20) Espíritos errantes são os que aguardam nova encarnação terrena (humana) mesmo que já estejam bastante elevados. São errantes porque estão na erraticidade, não se tendo ainda fixado em plano superior. Os espíritos de animais, mesmo dos animais superiores, não têm essa condição. Ler na Revista Espírita, nº 7 de Julho de 1860, as comunicações do Espírito de Charlet e a crítica de Kardec a respeito. Na edição Edicel, página 218 do volume terceiro, título "Dos Animais". (N. do T.)
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Um senhor tinha em seu jardim um ninho de pintassilgos, pelos quais se interessava muito. Certo dia o ninho desapareceu. Seguro de que ninguém de sua casa cometera o delito, e sendo médium, teve a ideia de evocar a mãe dos passarinhos. Ela se comunicou e lhe disse em excelente francês: "Não acuses a ninguém e tranquiliza-te quanto à sorte dos meus filhinhos. Foi o gato que saltou e derrubou o ninho. Poderás encontrá-lo sob a relva, juntamente com os filhotes que não foram comidos." Indo verificar, encontrou tudo certo. Devemos concluir que foi a ave quem respondeu? Claro que não, mas simplesmente que um Espírito conhecia a história. Isso mostra quanto devemos desconfiar das aparências: evoca um rochedo e ele te responderá. (Ver o capítulo sobre Mediunidade nos animais, nº 234).(21)


284. Evocação de pessoas vivas.


38. A encarnação do Espírito impede de maneira absoluta a sua evocação?
— Não, mas é necessário que a condição corpórea facilite o seu desprendimento nesse momento. O Espírito encarnado atende mais facilmente quando o mundo em que se encontra é mais elevado, porque então os corpos são menos materiais.
39. Podemos evocar o Espírito de uma pessoa viva?
— Sim, desde que se pode evocar um Espírito encarnado. O Espírito de um vivo pode, também, nos seus momentos de liberdade, manifestar-se sem ser evocado. Isso depende da simpatia que tiver pelas pessoas em causa. (Ver nº 116, História do homem da tabaqueira).
40. Como se acha o corpo da pessoa cujo Espírito é evocado?
— Dorme ou cochila; é quando o Espírito está livre.
41. Poderia despertar na ausência do Espírito?
— Não; para isso, o Espírito é forçado a voltar ao corpo. Se nesse momento estiver se comunicando, ele vos deixa e frequentemente diz o motivo.
42. Como o Espírito é avisado da necessidade de voltar ao corpo?
— O Espírito de um vivo nunca está completamente separado do corpo. Por mais que se distancie, continua ligado por um laço fluídico que serve para chamá-lo quando necessário. Só com a morte se rompe esse laço.(22)
Observação - Muitas vezes esse laço fluídico é percebido pelos médiuns videntes. É uma espécie de rastro fosforescente que se perde no espaço, na direcção do corpo. Certos Espíritos disseram que reconhecem por ele os que ainda continuam no mundo corpóreo.
43. Que aconteceria se o corpo fosse mortalmente ferido durante o sono e na ausência do Espírito?
— O Espírito seria advertido e voltaria antes que a morte se consumasse.
44. Não poderia então ocorrer a morte do corpo na ausência do Espírito, e que este, ao voltar, não mais pudesse retomá-lo?
— Não, isso seria contrário à lei que rege a união da alma com o corpo.
45. Mas se fosse desferido um golpe súbito?
— O Espírito seria prevenido antes do golpe.


(21) Muitas críticas foram e ainda são feitas a Kardec por haver citado exemplos como este. Mas é necessário compreender que ele se dirigia ao povo em geral e não apenas a determinada classe de pessoas. Factos dessa natureza ocorrem com frequência entre pessoas ingénuas, mesmo as pertencentes a classes ilustradas. Uma das principais dificuldades da prática espírita está precisamente nessa ingenuidade de certas pessoas, mais numerosas do que se pensa, e a melhor maneira de adverti-las é através de exemplos concretos. (N. do T.)
(22) A ligação fluídico é de natureza vibratória e portanto energética. A expressão laço costuma sugerir um cordão material. Devemos lembrar que o perispírito é semi-material (O Livro dos Espíritos, nº 95) e compreenderemos melhor a natureza desse laço, que se poderia comparar a uma frequência de ondas nas ligações de aparelhos teleguiados. (N. do T.)
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Observação - Interrogado a respeito, o Espírito de um vivo respondeu: "Se o corpo pudesse morrer na ausência do Espírito, seria esse meio muito cómodo de se praticarem suicídios hipócritas".(23)


46. O Espírito de uma pessoa evocada durante o sono comunica-se tão livremente como o de um morto?
— Não. A matéria sempre o influencia em maior ou menor grau.
Observação - Uma pessoa interrogada nesse estado respondeu. "Estou sempre ligado à bola de ferro que arrasto comigo".
47. Nesse estado de sono o Espírito poderia ser impedido de atender por estar em outro lugar?
— Sim, pode acontecer que o Espírito se encontre num lugar em que deseja permanecer. Então não atende à evocação, sobretudo quando feita por alguém que não lhe interessa.
48. É absolutamente impossível evocar o Espírito de uma pessoa acordada?
— Embora difícil, não há impossibilidade absoluta porque, se a evocação a atingir, a pessoa pode adormecer. Mas o Espírito só pode comunicar-se, como Espírito, nos momentos em que a sua presença não for necessária à actividade inteligente do corpo.
Observação - Prova a experiência que a evocação durante o estado de vigília pode provocar o sono ou pelo menos uma abstracção aproximada ao sono. Mas esse efeito só se produz por uma vontade bastante enérgica e se houver laços de simpatia entre as duas pessoas. De outra maneira a evocação não dá resultado. Mesmo quando a evocação puder provocar sono, se o momento for inoportuno e a pessoa não quiser dormir, resistirá. Caso sucumba, seu Espírito estará perturbado com isso e dificilmente responderá. Conclui-se que o momento mais favorável à evocação de uma pessoa viva é o do sono natural, porque o Espírito estando livre pode atender ao chamado, da mesma maneira que pode ir a outro lugar. Quando a evocação é feita com o consentimento da pessoa, tentando esta dormir sob o seu efeito, pode acontecer que essa preocupação retarde o sono e perturbe o Espírito. Eis porque o sono natural é ainda o preferível.
49. A pessoa viva evocada tem consciência disso ao acordar?
— Não. Tu mesmo és evocado bem mais frequentemente do que pensas. Só o Espírito o sabe e às vezes pode dar ao homem uma vaga impressão do que houve, como a de um sonho.(24)
50. Quem nos pode evocar, se somos seres obscuros?
— Noutras existências poderias ter sido pessoa conhecida nesse mundo ou em outros, e há também os teus parentes e amigos desse e de outros mundos. Suponhamos que o teu Espírito haja animado o corpo do pai de outra pessoa. Pois bem: quando essa pessoa evocar o seu pai, é o teu Espírito que está sendo evocado e que responderá.
51. O Espírito da pessoa viva responde como Espírito ou com as ideias do seu estado de vigília?
— Isso depende de sua elevação, mas considera as coisas com mais lucidez e menos preconceitos, exactamente como os sonâmbulos. É um estado quase semelhante.


(23) As pesquisas parapsicológicas provam, actualmente que o pensamento se transmite à distância com rapidez instantânea. Se uma pessoa pensar em ferir outra que dorme, esse pensamento a atinge por antecipação. Nos casos de acidentes a percepção do próprio Espírito da vítima se verifica às vezes com grande antecedência. São os chamados fenómenos de precognição. Por outro lado, sendo a morte um desligamento vital do Espírito, o seu desprendimento total do corpo, é necessário que ele retorne à unidade psicossomática para que se processe o fenómeno biológico da morte. (N. do T.)
(24) O Espírito é a essência do homem, mas em cada encarnação se limita às condições existenciais necessárias a essa fase de sua evolução. Sua manifestação é condicionada pelas exigências da existência que está enfrentando. Daí os enigmas do psiquismo, o mistério do inconsciente, os problemas do animismo. As respostas a estas perguntas, fazendo a distinção entre o Espírito e o homem, levantam todos esses problemas que as nossas escolas psicológicas e psiquiátricas desconhecem, razão porque muitas vezes se perdem em hipóteses e teorias confusas. (N. do T.)
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52. Se o Espírito de um sonâmbulo fosse evocado durante o sono magnético seria mais lúcido que o de qualquer outra pessoa?
— Responderia mais facilmente, sem dúvida, porque estaria mais desprendido. Tudo depende do grau de independência do Espírito em relação ao corpo.
53. O Espírito de um sonâmbulo poderia responder a quem o evocasse à distância, ao mesmo tempo que respondia verbalmente a outra pessoa?
— A faculdade de se comunicar simultaneamente em dois lugares diferentes só pertence aos Espíritos completamente libertos da matéria.
54. Poderíamos modificar as ideias de uma pessoa em estado de vigília, agindo sobre o seu Espírito durante o sono?
— Sim, às vezes. Não estando o Espírito, no sono, ligado tão estreitamente à matéria, torna-se mais acessível às sugestões morais e estas podem influir sobre a sua maneira de ver no estado ordinário. Infelizmente acontece, quase sempre, que ao acordar a natureza corpórea o domina e o faz esquecer as boas resoluções que tenha podido tomar.
55. O Espírito de pessoa viva é livre de dizer ou não o que desejar?
— Ele está na posse de suas faculdades de Espírito, portanto do seu livre-arbítrio. Como dispõe de mais perspicácia, é mesmo mais cauteloso do que no seu estado de vigília.
56. Poderíamos obrigar uma pessoa evocada a dizer o que deseja calar?
— O Espírito tem o seu livre-arbítrio, como eu disse. Mas pode acontecer que, como Espírito, dê menos importância a certas coisas do que no seu estado ordinário. Sua consciência pode revelar-se mais livremente. Aliás, se não falar, pode sempre escapar às importunações indo embora, pois não se pode reter o Espírito como se retém o corpo.
57. O Espírito de pessoa viva não poderia ser constrangido por outro Espírito a se manifestar e falar, como acontece com Espíritos errantes?
— Entre os Espíritos de mortos ou de vivos só há uma supremacia, que é a da superioridade moral. Deves compreender que um Espírito superior jamais apoiaria uma indiscrição covarde.

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